Desafio dos cardiologistas é reduzir mortalidade
em 25% nos próximos 10 anos

Cardiologistas do mundo inteiro reunidos no Brasil Prevent, evento aberto ontem (30) no Rio de Janeiro, aceitaram o desafio de reduzir em 25% a mortalidade mundial por doenças cardiovasculares no correr dos próximos dez anos. A proposta foi feita na abertura do evento pelo presidente da Sociedade Interamericana de Cardiologia, Daniel Piñeiro, segundo o qual isso representa evitar, “nos próximos 25 anos, pelo menos 3 milhões de mortes na América Latina, grande parte das quais afetam latino-americanos com menos de 60 anos que, devidamente atendidos, poderiam viver até 76 anos, que é a expectativa de vida dos países do continente”.

O III Brasil Prevent foi aberto pelo presidente da Sociedade Brasileira de Cardiologia, Jadelson Andrade, que anunciou a presença de representações da Sociedade Européia de Cardiologia, da American Heart Association e da World Heart Federation no evento com mais de mil médicos de todos Estados brasileiros inscritos e cujo objetivo é estabelecer normas que levem à drástica redução da epidemia de doenças cardiovasculares que, segundo a Organização Mundial da Saúde mata 17,5 milhões de pessoas por ano no mundo, com a agravante de que essas mortes são, na imensa maioria, evitáveis através de medidas de prevenção.

A conferência de abertura teve como tema “A Sincronia Brasileira e Latino-Americana: como avançar com apoio das Diretrizes Científicas”. O conferencista, Daniel Piñeiro, disse que atualmente a expectativa de vida dos países da região é semelhante, 79 anos nos Estados Unidos, 77 no México, 76 no Brasil, mas a grande preocupação é que o total de mortes por cem mil habitantes em decorrência de doenças cardiovasculares é de 61,5% na região e está crescendo por dois motivos, pela falta de controle dos fatores de risco do coração e pelo atendimento, que não tem sido adequado nos países latino-americanos.

Para que seja possível reduzir a mortalidade no continente, diz ele, e o desafio é baixar em 25% o total de mortes nos próximos 25 anos, é preciso reduzir em 20% o número de fumantes, em 15% o consumo de sal e aumentar em 60% o acesso à medicação, o que tem um custo extremamente baixo, US0,40 por paciente por ano.

Para apoiar essa mudança para melhor, as sociedades de especialidade médica contam com as Diretrizes e ele destacou a I Diretriz Latinoamericana para o Diagnóstico e Tratamento da Cardiopatia Chagásica, trabalho coordenado por Jadelson Andrade, a Diretriz Interamericana de Valvopatias e lembrou a necessidade de registros eletrônicos que se constituam numa base de dados com os quais os responsáveis pela prevenção possam trabalhar.
 
O cardiologista terminou sua palestra enfatizando que nove milhões de pessoas que morrem no mundo inteiro antes de completarem 60 anos, 80% são cidadãos dos países da América Latina e convocou as entidades e médicos presentes a assumirem e a resolverem esse desafio.

Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC


Desenvolvido pela Tecnologia da Informação e Comunicação da SBC - Todos os Direitos Reservados © Copyright 2012
Sociedade Brasileira de Cardiologia | tecnologia@cardiol.br