Ministro da Saúde é aplaudido ao anunciar programa para cardiopatia infantil
Carta do Rio de Janeiro foi lançada no III Brasil Prevent e leva a assinatura das sociedades internacionais de Cardiologia
O ministro Alexandre Padilha, da Saúde, fez a conferência de
abertura do III Brasil Prevent,
no grande auditório do Hotel Windsor Atlântica, na noite de
sexta-feira (dia 30/11) e foi aplaudido de pé pelos mil
congressistas presentes, quando anunciou, entre outros programas
de prevenção de doenças cardiovasculares, o programa de
qualificação para que a SBC treine 2.500 profissionais de Saúde
do Ministério e principalmente quando, atendendo a sugestão da
Diretoria da SBC, anunciou que criará condições para que não
haja mais fila de espera para cirurgia das crianças com
cardiopatias congênitas.
O primeiro orador do evento foi o ex-presidente da SBC, Antônio
Felipe Simão, coordenador do III Brasil Prevent & I Latin
America Prevent, seguindo-se com a palavra o diretor científico
da SBC, Luiz Alberto Piva e Mattos, que destacou o ineditismo
dos presidentes de várias das maiores instituições de
cardiologistas do mundo se reunir presencialmente para assinar
um documento inédito, a Carta do Rio de Janeiro, com as
recomendações para que o mundo consiga reduzir drasticamente a
morbimortalidade cardíaca mundial.
À mesa, sentavam-se o presidente SBC, Jadelson Andrade, o
presidente da Sociedad Interamericana de Cardiologia, Daniel
Piñeiro, o ministro as saúde, Alexandre Padilha, o presidente da
World Heart Federation, Sidney Smith, o presidente da European
Society of Cardiology, Fausto Pinto, a presidente da American
Heart Society, Donna Arnett, o secretário municipal da Saúde do
Rio de Janeiro, Hans Fernando Dohmann e a presidente da
Sociedade de Cardiologia do Rio de Janeiro, Gláucia Maria Moraes
de Oliveira.
Falaram durante a abertura oficial Donna Arnett, Daniel Piñeiro
e Jadelson Andrade que, como anfitrião, entregou uma placa ao
ministro da Saúde, com dizeres relativos ao esforço que tem
feito para promover a prevenção das doenças cardiovasculares no
país. Ele referiu-se ao treinamento que estava sendo feito pelos
monitores da SBC, para melhorar a capacitação dos médicos dos
postos de saúde do município, entregou ao ministro os primeiros
exemplares do TECA, Programa de Treinamento em Emergências
Cardiovasculares que a própria SBC desenvolveu e que sugerira ao
ministro que fosse usado em substituição ao programa anterior,
importado, e que não atendia a todas as peculiaridades
brasileiras.
Jadelson explicou o desafio que significa a Carta do Rio de
Janeiro, sua importância para atender ao pedido da ONU para que
a epidemia de doenças cardiológicas seja controlada e foi
sucedido pelo ministro da Saúde, Alexandre Padilha, que começou
a conferência inaugural lembrando que em toda sua história a
Assembleia Geral da ONU por apenas três vezes centrou-se em
problemas mundiais da Saúde.
A primeira vez foi para atacar a poliomielite, que acabou
vencida, a segunda para definir normas para enfrentar a epidemia
de AIDS e a terceira, para lançar o Plano de Controle de Doenças
Crônicas não Transmissíveis, as principais das quais as
cardiovasculares.
O ministro listou os fatores de risco para o coração que estão
sendo corajosamente enfrentados no Brasil, o tabagismo, onde
comemora a maior vitória, a redução do uso do tabaco de 35% para
16% da população e destacou que o sucesso do programa entre as
mulheres ainda deixa a desejar. Destacou a campanha pela
atividade física, pois o sedentarismo, segundo recente pesquisa,
já mata mais que o tabagismo, o controle do consumo do sódio, no
Brasil conseguido com o apoio voluntário da indústria da
alimentação e a disponibilização gratuita para toda a população
necessitada, de hipertensivos e de medicação para controle da
diabetes, conquista recente e pela qual a SBC se bateu
longamente.
“A prova do sucesso da iniciativa é que nos últimos quatro meses
multiplicamos por quatro a demanda por medicação contra a
diabetes”, ressaltou, e agradeceu à SBC o convênio que levará ao
treinamento de 2.500 profissionais de saúde do Ministério.
Disse, a seguir, que sua Pasta assumiu o compromisso de mudar a
forma de financiar a cirurgia cardíaca pediátrica no Brasil,
alvo de recente campanha da SBC, preocupada com as mais de 20
mil crianças que acabam morrendo a cada ano, pela
impossibilidade de serem submetidas a cirurgias para as quais os
cirurgiões brasileiros estão plenamente capacitados.
O público, cardiologistas de todos os Estados e também do
exterior, interrompeu a fala do ministro com aplausos que
deixaram claro até que ponto preocupa os médicos brasileiros a
limitação de recursos para sanar as cardiopatias congênitas.
O ministro disse mais, que tinha o título de “Implantação do
Plano Estratégico para Controle das Doenças Crônicas não
Transmissíveis no Brasil”, salientando que ainda há muito a ser
feito no campo do atendimento das emergências, e citou a
estatística de que de 11% a 15% dos pacientes que chegam às
unidades de atendimento emergencial com problemas cardíacos,
ainda evoluem para óbito no nosso País, que precisa evoluir
nesse campo, para chegar ao índice de 4% a 6% de mortalidade,
existente nos países desenvolvidos.
Ao terminar sua conferência, Alexandre Padilha afirmou que a SBC
tem ajudado muito o planejamento estratégico da Saúde Pública no
Brasil, contribuindo com vários programas hoje incorporados à
agenda do Ministério.
Fonte: Assessoria de Imprensa da SBC