Viagra brasileiro ao alcance de todos
Primeiro remédio desenvolvido no país contra a
impotência já está em fase final de pesquisa e deve ser até 30% mais
barato
Os 10 milhões de brasileiros com mais de 40 anos que
sofrem de impotência sexual vão encontrar em breve nas farmácias um
novo remédio que combate a disfunção erétil. O medicamento será de
20% a 30% mais barato que o Viagra, produzido pela Pfizer, vendido, em média,
a R$ 70.
- Estamos trabalhando para trazer ao mercado um
produto com preço mais justo e mais acessível a uma parte da
população que sofre com o problema e não tem dinheiro para comprar. O
preço será inferior até pelos custos de nossas pesquisas, que são
todas feitas no Brasil, assim como o desenvolvimento do princípio ativo
- disse Flávio Trigo, diretor de Marketing da Cristália, laboratório
responsável pelo remédio.
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Gilberto
de Nucci é o médico responsável
pelo estudo do novo
medicamento
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A fórmula do similar nacional, no entanto, já
chamado de Lifafil, tem o mesmo princípio ativo dos concorrentes. A
molécula desenvolvida pela empresa em parceira com a Universidade
Estadual de Campinas foi extraída do Sildenafil, principal composto
químico do Viagra.
- A função do Sildenafil é dilatar os vasos
sanguíneos. Sua composição inibe o princípio da fosfodiesterase,
que impede a dilatação dos vasos. Assim, ao ingerir o medicamento, o
efeito se dirige a todo o organismo, dilatando também os vasos
sanguíneos do pênis. No entanto, o medicamento deve ser tomado de
forma responsável. Recomendo sempre aos meus pacientes apenas um
comprimido a cada 24 horas - disse César
Cardoso de Oliveira, diretor da Sociedade Brasileira de Cardiologia.
- A primeira etapa já foi aprovada pelo Comitê de
Ética e Pesquisa, formado por profissionais da USP e da Unicamp. A
etapa em humanos é sempre mais demorada e deve durar nove meses. Em
julho serão feitas experiências com voluntários. Só em outubro o
tratamento começará a ser feito em pacientes - disse Gilberto de
Nucci, médico responsável pelo estudo do ''viagra brasileiro'' e
presidente do Instituto Cartesius, da USP.
Depois de passar pelo Comitê de Ética, o
medicamento ainda tem de ser aprovado pelo Ministério da Saúde. Para
Nucci, a grande expectativa é quanto à duração do efeito do
Lifafil. Os que estão no mercado possuem durações bem diferentes. O
Viagra, quando ingerido uma hora antes da relação sexual, dura de
quatro a seis horas, o Levitra, do laboratório Bayer-Glaxo Smith
Kline, oito horas, e o Cialis, do Eli Lilly, chega a fazer efeito por
36 horas.
Mesmo com tantas opções para o tratamento da
disfunção erétil, apenas um em cada 10 homens entre 35 e 74 anos
fala com seu médico a respeito de impotência. De acordo com o
urologista, as causas para o distúrbio podem ser as mais variadas,
como o alcoolismo, que pode ocasionar alguma doença neurológica, o
diabetes, e até mesmo uma operação de câncer na próstata em que o
nervo peniano pode ter sido lesado.
- Além de problemas psicológicos, a baixa
produção de testosterona e até o entupimento dos vasos sanguíneos
têm de ser tratados. O primeiro passo é identificar as causas da
disfunção erétil - recomenda Gromatzky.
Para Gromatzky, é muito importante ir ao médico
quando é detectado algum problema de ereção.
- Há pouco tempo um homem de 30 anos me procurou.
Ao analisá-lo descobri que a causa era um tumor no rim - lembra.