
Você já teve a curiosidade de pegar uma fita métrica para medir
sua barriguinha? Saberia dizer agora qual é esse tamanho? A
maioria não faz a menor idéia. O pior é que se pode estar com uma
bomba-relógio 'amarrada' na cintura. Isso porque se o número for
maior do que 90 cm para os homens e 80 cm para as mulheres o
coração corre sérios riscos. Mais de 16 mil pessoas de 27 países,
inclusive o Brasil, participaram em julho de uma grande pesquisa,
a Shape of the Nations - Quem Vê Forma Vê Coração. Sob
coordenação do Grupo Sanofi- Aventis e apoio da Federação Mundial
de Cardiologia (World Heart Federation - WHF), o
levantamento procurou avaliar o grau de conhecimento de médicos e
pacientes sobre a relação entre obesidade abdominal e problemas
cardiovasculares. Um dos resultados mais relevantes mostrou que
66% das pessoas acreditam ter medidas saudáveis baseadas no que
indicam os ponteiros da balança; 16% levam em consideração o
tamanho das roupas; 10% chegam a essa conclusão olhando-se no
espelho; 6% recorrem aos cálculos do índice de massa corpórea (IMC)
e apenas 1% mede a circunferência da cintura. Ou seja, os
entrevistados demonstraram estar mais focados no excesso de peso
(possivelmente pensando no lado estético da questão) do que na
protuberância na região abdominal (ignorando os perigos que essa
saliência representa).
A obesidade abdominal é perigosa porque está ligada ao
desenvolvimento de vários fatores de risco ao coração, como níveis
de colesterol, resistência à insulina, diabete tipo 2, síndrome
metabólica, hipertensão e trombose. Segundo a US National
Health and Nutrition Examination Survey, uma pesquisa
realizada nos Estados Unidos entre 1999 e 2000, pessoas com a tal
barriguinha freqüentemente visitam o clínico geral com um ou mais
desses fatores de risco adicionais. Mas a principal ameaça à saúde
não é a gordura subcutânea e sim a localizada ao redor dos
principais órgãos do corpo, também chamada de adiposidade intra-
abdominal. "Ela afeta o metabolismo da glicose, podendo causar
níveis anormais de colesterol (aumentando o LDL, o mau colesterol,
e reduzindo o HDL, o bom colesterol) e triglicérides", explica
Alfredo Halpern, chefe do Grupo de Obesidade e Síndrome Metabólica
do Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da Universidade
de São Paulo (FMUSP).
QUEM
PENSA EM ELIMINAR A ADIPOSIDADE ABDOMINAL POR MEIO DE
LIPOASPIRAÇÃO, PODE DESISTIR DA IDÉIA. "TRATA-SE DE GORDURA
INTRA-ABDOMINAL, AQUELA QUE ENVOLVE OS ÓRGÃOS. LIPO NÃO É CAPAZ DE
REMOVER ISSO", DIZ ALFREDO HALPERN
PEGUE
A FITA MÉTRICA |
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Tire a camisa e afrouxe o cinto. Posicione a fita métrica
entre a borda inferior das costelas e a borda superior do
quadril. Relaxe o abdômen e expire no momento de medir.
Registre a medida.
Se tiver mais de 90 cm (para homens) ou mais de 80 cm
(para mulheres), você já pode ser considerado sob risco.
Se as medidas forem de 102 cm para o sexo masculino e 88
cm para o feminino, o perigo é infinitamente maior. |
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PÊRA
OU MAÇÃ? |
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A
distribuição de gordura no corpo se faz em locais diferentes
em cada pessoa. Geralmente são descritos dois padrões para
esse acúmulo: forma de maçã (a gordura fica acumulada no
abdômen) e forma de pêra (caracterizada pela deposição de
gordura nos quadris). Os indivíduos do tipo 'maçã' apresentam
predominantemente maior risco de desenvolver problema
cardiovascular, doença cerebrovascular e diabetes. Isso se
deve às diferenças na atividade metabólica da gordura
depositada no interior do abdômen em relação à acumulada no
tecido subcutâneo (imediatamente abaixo da pele). |
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