Artigo comentado por: Dr. Izo Helber -SP
The Impact of Advanced Age on Major Cardiovascular Events and Mortality in Patients with ST-Elevation Myocardial Infarction Undergoing a Pharmaco-Invasive Strategy
Authors:
Helber I, Alves CMR, Grespan SM, Veiga ECA, Moraes PIM, Souza JM, Barbosa AH, Gonçalves Jr I, Fonseca FAH, Carvalho ACC, Caixeta A
Published 21 May 2020 Volume 2020:15 Pages 715—722
DOI: https://doi.org/10.2147/CIA.S218827
Embora representem aproximadamente 5% da população, os idosos (≥75 anos de idade) são responsáveis por mais de um terço dos infartos do miocárdio, com mais da metade deles resultando em desfechos fatais. Apesar de seu maior risco, os pacientes idosos com IAMCSST recebem menos frequentemente terapias baseadas em evidências do que os pacientes mais jovens, mesmo na ausência de contra-indicações.
Em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil, devido aos grandes desafios logísticos, a maioria dos pacientes não tem acesso a um hospital com instalações de angioplastia primária, levando a um atraso na terapia de reperfusão com importante impacto no prognóstico do paciente.
A estratégia de tratamento fármaco-invasiva (EFI) é caracterizada por fibrinólise seguida de angioplastia em 24 horas, e representa uma abordagem aceitável em situações em que a angioplastia primária não está disponível.
Os autores avaliaram 1.852 pacientes submetidos à estratégia fármaco invasiva (EFI), dos quais 160 (9%) tinham ≥ 75 anos. O grupo ≥ 75 anos era constituído predominantemente por mulheres, apresentavam índice de massa corporal mais baixo, taxas mais altas de hipertensão, maior incidência de hipotireoidismo, insuficiência renal crônica, AVC prévio e diabetes.
Como desfechos clínicos os idosos > 75 anos tiveram taxa de mortalidade 2 vezes maior em comparação com pacientes <75 anos e MACE 3,5 vezes maior. Também apresentaram taxas mais altas de sangramento maior intra-hospitalar (2,7% versus 5,6%; p = 0,04) e maior incidência de choque cardiogênico (7,0% versus 19,6%; p <0,001), demostrando claramente ser um grupo de maior risco.
Por não se tratar de um estudo randomizado e sim uma análise de subgrupo, os autores concluem que estudos futuros devem abordar a relação risco/benefício da EFI nesta população de alto risco.
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