Daniel Ferreira
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A percentagem de terminais móveis a que chamamos de
smartphones
na
posse dos clientes dos serviços de telecomunicações móveis era, no último tri-
mestre de 2014 de 52,4%, variando entre os 82,2% (nos utilizadores com idades
entre os 15 e os 24 anos) e os 17,8% (nos utilizadores com idade maior ou igual a
65 anos). Quarenta e seis por cento dos utilizadores usaram serviços avançados
disponíveis nos
smartphones
(45,8% acediam à Internet, 29,8% acediam ao seu
e‑mail, 5,8% faziam
Mobile Banking,
31,5% acediam às redes sociais/apps)
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.
Poderá alegar‑se que a taxa de utilizadores de
smartphones
nos escalões etá-
rios dos doentes que poderão beneficiar da reabilitação cardíaca é baixa (27,3%
entre os 55 e os 64 anos e 17,8% acima dos 64 anos). No entanto estas percen-
tagens duplicaram em apenas dois anos (eram apenas de 19,6% e de 7,6% respeti-
vamente no final de 2012).
Podemos assim concluir que o número de doentes cardíacos que tem acesso
permanente a telemóveis inteligentes é já muito considerável no presente e é
expectável que esse número continue a crescer significativamente nos próximos
anos.
A relevância destes dados advém do facto dos
smartphones
de última gera-
ção conterem funcionalidades que os posicionam como elemento central num
muito elevado número de programas de reabilitação cardíaca já implementados
ou em fase de implementação. Por um lado os
smartphones
constituem‑se como
plataformas de suporte a uma miríade de aplicativos móveis, entre os quais se
incluem já um muito elevado número de aplicativos de suporte ao ensino e de
monitorização de vários parâmetros fisiológicos dos doentes através da sua intro-
dução manual pelos doentes ou da ligação sem fios com vários dispositivos exter-
nos de monitorização. Por outro lado, os telemóveis inteligentes podem servir
de plataforma de comunicação entre os doentes e os cuidadores, permitindo
o envio bidirecional de informações relevantes sobre o estado de saúde. Final-
mente, os mais recentes
smartphones
contêm eles próprios
hardware
que pode
permitir a monitorização de alguns parâmetros fisiológicos e de indicadores da
atividade física dos doentes. São exemplos mais comuns a utilização das câmaras
dos
smartphones
para deteção da frequência cardíaca (e mesmo da saturação de
O2), a utilização dos sistemas de GPS para medição das distâncias percorridas (a
pé ou de bicicleta) ou a utilização dos acelerómetros e giroscópios incorporados