Romeu Sergio Meneghelo, Ana Abreu
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estudo caso‑controlo INTERSTROKE que analisou os fatores de risco associados
ao AVC, mas não existem dados disponíveis relativos apenas à população brasi-
leira
6
. Nesse estudo, hipertensão, tabagismo, diabetes, obesidade central,
stress
,
depressão e dieta inadequada foram os fatores de risco associados ao AVC. Essas
investigações confirmaram que nos brasileiros os fatores de risco para DC e AVC
não são muito diferentes dos já declarados para outras populações.
Estratégias de prevenção, por seu turno, implicam também o conhecimento
da incidência dos fatores de risco de uma população. Isso foi contemplado com
a implementação, em 2006, pelo Ministério da Saúde nas 26 capitais estaduais e
no Distrito Federal, do Sistema de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para
Doenças Crónicas por Inquérito Telefónico (VIGITEL)
7
. Por meio de entrevistas
telefónicas com adultos residentes em domicílios cobertos pelo menos por uma
linha de telefone fixa, o sistema permite a monitorização e a análise de tendên-
cias dos principais fatores de risco e proteção para doenças crónicas e morbi-
lidade. Os últimos dados disponíveis
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referentes a 2014 permitem destacar que
52,5% dos brasileiros estão acima do peso, enquanto em 2006, esse índice era
de 43% e atualmente a população obesa é de 17,9%. Cerca de 20% da população
pesquisada tem colesterol elevado e 49% são insuficientemente ativos, com 25 %
da população assistindo a mais de três horas de televisão por dia. Por outro lado,
a frequência de adultos que praticam atividade física no tempo livre aumentou
para 18% e houve uma queda de 19,3 % do número de pessoas que vêem tele-
visão em relação aos dados de 2009. A pesquisa destaca ainda que é elevado o
consumo de sal, estimado em média de 12 g/dia, o dobro do recomendado pela
OMS. A meta do Ministério da Saúde é reduzir para 5 g/dia, através de ações
educativas e intervenção do governo e de sociedades médicas com a indústria
alimentar. Utilizando dados do VIGITEL associados a outros disponíveis, uma
publicação recente estabeleceu, através de índice de prioridade em saúde, as seis
mais prementes ações no combate às doenças não transmissíveis no Brasil que
são: controlo da hipertensão, incremento no diagnóstico da doença, combate
ao sedentarismo, à hipercolesterolemia, ao tabagismo e ao abuso de álcool. Os
autores chamaram a atenção para um fator de prioridade que é o excesso de
peso e a obesidade
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.