Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 25

Panorama do Risco Cardiovascular e da Reabilitação Cardíaca em Portugal e no Brasil
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das, mas apenas as cooperativas médicas e as autogestões têm maior flexibilidade
em alargar o período de atendimento. Entre os diversos segmentos da atenção
à saúde, os serviços de reabilitação, de modo geral, são os que propiciam taxas
económicas de retorno baixas. A despeito dessa limitação, serviços privados e
de boa qualidade em reabilitação cardíaca estão disponíveis nas principais capitais
brasileiras e muitos deles funcionando já há algumas décadas, em Porto Alegre,
Rio de Janeiro e São Paulo. Em alguns deles, existem listas de espera para entrada,
indicando que o número de vagas destes programas também está aquém das
necessidades.
A Sociedade Brasileira de Cardiologia, desde 1984 com a criação do Grupo
de Estudos em Ergometria e Reabilitação e posteriormente, em 1993, com a
criação do DERC ‑ Departamento de Ergometria e Reabilitação Cardiovascu-
lar‑ tem contribuído para o incremento da reabilitação cardíaca no país com a
publicação de consensos, normas e diretrizes
24‑27
. A última publicação versou
especificamente sobre aspetos práticos de como um programa deve ser consti-
tuído, bem como as responsabilidades inerentes aos profissionais médicos , não
só dos programas, mas também a dos médicos assistentes que não podem privar
os seus doentes de obterem benefícios inequívocos, devendo encaminhá‑los para
os programas disponíveis
27
. O DERC através de seu Congresso anual, das suas
participações nos Congressos da Sociedade Brasileira de Cardiologia e congres-
sos estaduais e da sua revista, tem incessantemente ensinado e incentivado a
reabilitação cardíaca no Brasil. Todavia, não é tarefa fácil o estabelecimento do
número dos programas existentes no país e todas as iniciativas do DERC em
identificá‑los resultaram em subnotificação, mas é possível identificar a concen-
tração dos mesmos nas regiões sul e sudeste. Especificamente na cidade de São
Paulo foi possível identificar 13 programas, em 2014, o que daria um programa
para cada 850 000 habitantes. Mesmo considerando dois ou três vezes mais o
número de programas, a relação seria de um para 425 000 habitantes ou um para
283 000 habitantes. Na cidade do Rio de Janeiro, considerando uma notificação
de 16 programas em 2015, teríamos a relação de um programa para cada 406 000
habitantes.
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