Romeu Sergio Meneghelo, Ana Abreu
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Diante do exposto, pode‑se concluir que no Brasil os serviços de reabilita-
ção cardiovascular, iniciados na década de 60, estão implementados dentro dos
padrões adequados para o estado da arte na área. Existem normativas adequadas
para sua implementação e funcionamento, produzidos pela Sociedade Brasileira
de Cardiologia ou por ela referendados. Entretanto, a maioria da população bra-
sileira atendida pelo Sistema Único de Saúde tem acesso bastante restrito aos
mesmos pela inexistência de programas suficientes. Também 23% da população
brasileira, que é coberta pelos planos de assistência da Saúde Complementar, tem
acesso limitado aos programas que também existem em número inferior à neces-
sidade
28
. Essa constatação vai de encontro aos dados disponíveis de toda a Amé-
rica do Sul
29
. Diante do exposto, o DERC tem proposto medidas emergentes,
que consistem na inclusão de educador físico ou fisioterapeuta e nutricionista nos
postos de saúde do SUS com o objetivo de promover a atividade física, o exer-
cício físico regular e os bons hábitos alimentares, visando a prevenção primária
e secundária da população atendida. Difusão dos conhecimentos sobre a estra-
tificação de risco de doentes cardíacos e prescrição da intensidade do exercício
é outra medida factível, visando incluir os doentes em academias de prática de
exercício físico ou realização de exercício no âmbito domiciliário e nos diversos
espaços públicos disponíveis.
Panorama do Risco Cardiovascular e da Reabilitação Cardíaca em Portugal
Risco Cardiovascular em Portugal
A primeira causa de morte prematura (<75 anos) no mundo é a doença car-
diovascular, contribuindo com 36% da mortalidade na União Europeia
30
.
O estudo
Global Burden of Disease
estimou que, em 2010, 29,6% de todas
as mortes no mundo (15 616,1 milhões de mortes) foram causadas por doença
cardiovascular, mais que todas as doenças transmissíveis, maternas, neona-
tais e nutricionais combinadas, dobrando o número de mortes causadas por
cancro
31
.