Romeu Sergio Meneghelo, Ana Abreu
2020
béticos usavam medicação. Em relação às dislipidemias, 85% dos entrevistados
já
tinham
sido testados e o diagnóstico médico de dislipidemia tinha sido feito
em 14,3% destes. As ações governamentais na prevenção primária e secundária
das doenças cardiovasculares podem ser verificadas numa pesquisa realizada
em 1600 Unidades Básicas de Saúde entre as 42 486 inscritas no Ministério da
Saúde
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. A maioria das unidades básicas de saúde (62%) referiu ter pelo menos
três programas de promoção da saúde e apenas 3% não tinham nenhum. A
promoção do ambiente saudável e da alimentação saudável foram os progra-
mas mais prevalentes (77% e 72%, respectivamente), enquanto o controlo do
tabaco e do álcool foram referidos em 54% e 42% das unidades de saúde, res-
petivamente. A promoção de atividade física foi referida em menos de 40% das
unidades e teve grande variação regional, com prevalência de 51% nas unidades
do Sudeste e apenas 21% nas do Norte. Este estudo mostrou que programas de
promoção da saúde estão presentes na maioria das unidades básicas de saúde.
Na opinião de especialistas, a visão é otimista em relação aos fatores de
risco cardiovascular no Brasil, graças a progressos notórios no setor público e
privado
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. Acesso gratuito a medicamentos para hipertensão e diabetes, uma
melhor gestão de risco dentro do setor privado que fornece maior acesso para o
diagnóstico e tratamento de fatores de risco cardiovascular e a menor prevalên-
cia do tabagismo são pontos a destacar. Muito contribuiram contra o tabagismo,
as leis restritivas e a publicidade para conter o vício. Novas conquistas, entre-
tanto são almejadas como a disponibilização de estatinas para a prevenção primá-
ria e secundária, levando‑se em conta a queda dos preços desses medicamentos,
diferentemente do que ocorria há duas décadas.
Reabilitação Cardíaca no Brasil
O primeiro programa de Reabilitação Cardiovascular no Brasil iniciou‑se
em 1968 no Instituto Estadual de Cardiologia Aloysio de Castro no Rio de
Janeiro. Em 1972 o Dr. Jozef Fehér e Dr. Hélio Magalhães instalaram o Serviço
de Reabilitação Cardiovascular no Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e
permitiram o treino de médicos, educadores físicos e demais profissionais de
todo o país, propiciando a instalação de serviços similares no interior do Estado