Panorama do Risco Cardiovascular e da Reabilitação Cardíaca em Portugal e no Brasil
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Em Portugal, a tendência da mortalidade por doença cardiovascular, entre
1990 e 2012, mostra acentuada diminuição, enquanto as mortes por cancro con-
tinuam a aumentar
32
. As mortes por doenças do aparelho circulatório em 2012
estiveram sobretudo associadas às doenças cerebrovasculares, que contribuíram
com 41% das mortes em pessoas com 65 anos ou mais
33
.
A ocorrência de vários fatores de risco, como a hipertensão arterial, dia-
betes, dislipidemia, tabagismo, entre outros, levam a um aumento da prevalência
e gravidade da doença cardiovascular. A elevada prevalência da dislipidemia (64%
em 2007 avaliada pelo estudo VALSIM
34
) leva a crer que, apesar da terapêutica
com hipolipemiantes, a maioria dos doentes não atinge os valores alvo, indicados
pelas recomendações da ESC.
A taxa de mortalidade por AVC diminuiu de 41 para 27,1 por 100 000 habi-
tantes, entre 2007 e 2012. Aparentemente, apesar dos AVC não se restringirem
aos hemorrágicos, parece um indicador de controlo terapêutico da hipertensão
arterial
35
. O consumo de tabaco permanece elevado, apesar de medidas como
criação de espaços públicos restrictos a não fumadores. Em Portugal, a diabetes
continua a crescer, assim como a obesidade nos jovens e crianças, necessitando
um maior combate ao sedentarismo
35
.
O Euroaspire engloba uma série de estudos europeus
36,37
, que em momen-
tos diferentes, após novas
guidelines
europeias de prevenção cardiovascular, iden-
tificam fatores de risco em indivíduos de alto risco cardiovascular, descrevem o
seu tratamento farmacológico e não farmacológico e fornecem avaliação objetiva
de implementação clínica, baseada na aplicação das
guidelines
prévias. A participa-
ção no estudo Euroaspire IV
37
, em 2014/2015, mostrou que tal como os restantes
países europeus incluídos, Portugal mantém por controlar importantes fatores de
risco cardiovascular.
Na população portuguesa de alto risco estudada no Euroaspire IV, a diabetes
diagnosticada de novo esteve presente em 25%, comparativamente com a média
europeia de 22%. Quanto à obesidade, a prevalência foi de 38% em Portugal,
versus
44% da média europeia, sendo >80% dos doentes de alto risco cardio-
vascular, considerados obesos ou com excesso de peso. Quanto à obesidade
central, verificou-se 68% nos doentes de alto risco em Portugal
versus
64% na
