20220
Claudio Gil Soares de Araújo
Por outro lado, a lista da Tabela 2 apresenta diversas condições cardiovas-
culares em que menos frequentemente e, em alguns casos, muito raramente ou
nunca, há encaminhamento pelos médicos assistentes desses doentes cardíacos
não‑coronários para PRC. Na realidade, essa lista deve ser claramente compreen-
dida como sendo aberta e não restritiva, pois, com exceção da displasia arritmo-
génica de ventrículo direito
29,30
e dos quadros de insuficiência cardíaca terminal
e de infeção miocárdica ou valvular aguda, quase sempre é possível obter algum
benefício com a participação em PRC ou sessões de exercício supervisionado em
doenças ou condições cardiovasculares, quando o doente se encontre estável do
ponto de vista clinico, hemodinâmico e eletrocardiográfico.
Prescrevendo
o exercício
As linhas gerais dos PRC e, especialmente, da prescrição de exercício para
os doentes cardíacos não‑coronários assemelham-se, em muitos aspetos, às que
são propostas e preconizadas para os doentes coronários. No que se refere ao
exercício físico, a prescrição normalmente englobará os exercícios aeróbicos,
de fortalecimento muscular, de flexibilidade e de equilíbrio e/ou coordenação
motora, que deverão ser prescritos com base nos resultados da avaliação inicial
e dos objetivos estabelecidos para cada doente. Contudo, há vários aspetos ou
particularidades que podem, no contexto de um livro sobre Reabilitação Car-
díaca, ser destacados e enfatizados, visando uma maior efetividade e uma maior
segurança do exercício proposto. Considerando que não será possível detalhar
cada uma das 21 condições cardiovasculares arroladas na Tabela 2, são listadas a
seguir, em formato de itens, alguns dos aspetos que talvez sejam mais importan-
tes de destacar.
Dez Particularidades Específicas
1. Tanto no pós‑operatório de cirurgias torácicas (mesmo as minimamente
invasivas) como após o implante de equipamentos subcutâneos (
pace‑
maker
, desfibrilhador e ressincronizador), é conveniente, por algumas
semanas, evitar exercícios de resistência que utilizem os músculos pró-
ximos do local do implante e exercícios de flexibilidade que impliquem