19819
Claudio Gil Soares de Araújo
Enquanto a presença de cada um dos fatores de risco coronário modificá-
veis tais como hipercolesterolemia, hipertensão arterial, tabagismo e diabetes
mellitus
pode aumentar até duas ou três vezes a taxa de mortalidade anual,
tanto de um indivíduo saudável como de um doentes cardíaco, níveis baixos de
condição aeróbia são ainda mais importantes, podendo‑se observar taxas de
três a cinco vezes maiores de mortalidade naqueles que se encontram em valo-
res próximos ou inferiores a 50% do valor previsto do VO2 máximo ajustado
para a idade e para o sexo
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. Mais importante ainda, essa redução da expetativa
de vida ocorre tanto no aumento da mortalidade por causas cardiovasculares
como também em função da elevação das taxas de mortalidade por todas as
causas. De modo que, possuir um VO2 máximo baixo é extremamente prejudi-
cial para a saúde e para a qualidade de vida e claramente sinaliza, para homens
e mulheres acima de 40 anos de idade, uma tendência da redução da expetativa
de vida. A tabela abaixo ilustra o valor biológico dessa relação e sua importância
(Tabela 1).
Tabela 1.
Taxa de mortalidade anual em função das condições clínica e aeróbia
em indivíduos de meia idade
Condição Clínica
Condição Aeróbia*
Taxa de Mortalidade
Aparentemente saudáveis
Excelente (>120%)
<0,1%/ano**
Aparentemente saudáveis
Boa ou Muito boa (100‑120%) 1%/ano
Doentes cardíacos
Boa ou Muito boa (100‑120%) 2,5%/ano
Aparentemente saudáveis
Muito baixa (50‑60%)
4,5%/ano
Cancro de cólon
(todos estadios)
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Não informada
7%/ano
Doentes cardíacos
Muito baixa (50‑60%)
8%/ano
*
considerando 100% como o valor previsto para indivíduos daquela idade e sexo
**
valor estimado com base numa taxa de mortalidade cardiovascular de 0,01%/ano