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Particularidades da prescrição do exercício em condições específicas das DCV
Considerando como ponto de referência os adultos de meia‑idade aparente-
mente saudáveis e com boa a excelente condição aeróbia (>= 100‑120% do VO2
máximo previsto para a idade e sexo) que possuem uma taxa anual de mortalidade
por todas as causas entre 0,1 e 1%, observa‑se que essa taxa é maior nos doentes
cardíacos com condição aeróbia boa ou excelente (aproximadamente 2,5%/ano),
mas que permanece ainda como apenas quase metade daquela observada para os
aparentemente saudáveis com VO2 máximo muito baixo. Interessante destacar
que a mortalidade anual chega a 8%/ano naqueles doentes cardíacos com condi-
ção aeróbia muito baixa. A relevância desses resultados fica ainda mais patente
quando se verifica que os doentes cardíacos de condição aeróbia muito baixa
podem possuir uma expetativa de vida pior do que a de um adulto de mesma
idade que é diagnosticado com cancro do cólon
3
.
Na realidade, várias evidências mais recentes
5, 6
sugerem que aumentos de
condição aeróbia na faixa de 1 MET (equivalente metabólico ou algo como 15 a
20% da condição aeróbia máxima para a maioria dos doentes cardíacos de meia‑
-idade ou idosos) são acompanhados de uma redução da mortalidade por todas
as causas em 10‑15%, algo similar ao que se consegue com as melhores medi-
cações ou estratégias de intervenção. Melhor ainda, a condição aeróbia parece
ter uma clara relação dose‑resposta da qual, é ainda desconhecida formalmente
a dose exagerada ou tóxica. Em outras palavras, quanto maior for o aumento
da condição aeróbia, e isso só é possível com exercício físico regular e de boa
qualidade (mais frequentemente incluindo esforços de alta intensidade), melhor
tenderá a ser o prognóstico e a sobrevida do indivíduo saudável e do doente
cardíaco
4
. Com base nessa consideração clínico‑epidemiológica, fica patente a
necessidade de oferecer a toda a população e, em particular, aos doentes car-
díacos ou não‑cardíacos, a oportunidade de se exercitarem com segurança e
eficiência, visando incrementar sua aptidão física como um todo
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e, em particular,
a sua condição aeróbia.
A Tabela 2 apresenta uma lista de 21 condições cardiovasculares, proposita-
damente excluindo a doença coronária, para as quais já existe um ou mais estu-
dos e evidências científicas sugerindo ausência de danos ou riscos importantes
e benefícios da participação em PRC e em sessões regulares de exercício físico