Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 206

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Claudio Gil Soares de Araújo
– por exemplo, insuficiência cardíaca, estenose aórtica e miocardiopatia
hipertrófica ‑ a possibilidade de uma monitorização frequente e de boa
qualidade da pressão arterial no exercício é provavelmente um aspeto
importante a ser considerado. Nesses doentes, assim como naqueles com
hipertensão arterial pulmonar, deve‑se preferir a realização de exercícios
de flexibilidade e de fortalecimento muscular nas posições ortostática ou
sentada, evitando, se possível. a posição deitada e, em particular, a posi-
ção de decúbito ventral para esses tipos de exercícios (é frequente gerar
mal‑estar e franca plétora nesse tipo de doentes ao adotar essa posição).
5. Nos doentes em que o cronotropismo cardíaco ao exercício – por
exemplo, doença de Chagas ou pós‑implante de
pacemaker
cardíaco ou
transplante cardíaco ‑ ou os ajustes vasculares fisiológicos a mudanças
posturais estejam prejudicados ou não‑funcionais – por exemplo, sín-
drome neurocardiogénica ‑ cuidados especiais devem ser tomados para
que a transição repouso‑exercício‑repouso seja feita de forma bastante
gradual, evitando‑se, sempre que possível, interrupções ou mudanças
posturais abruptas, especialmente em passadeira rolante.
6. Nos doentes portadores de doença arterial periférica, pode ser rela-
tivamente fácil induzir sintomas com o exercício físico. Isso deverá ser
previamente discutido com o doente e, dentro do possível, estabelecido
até que ponto de desconforto ou dor se deve chegar durante a sessão de
exercício. Muito frequentemente, os sintomas são provavelmente melhor
tolerados e pode‑se obter melhor resultado, quando o exercício é rea-
lizado no formato de treino intervalado, alternando períodos de intensi-
dades mais altas capazes de desencadear sintomas de hipoperfusão com
períodos de intensidade mais baixa para alívio sintomático. Por outro
lado, pode‑se ter de lançar mão a diferentes modalidades de exercício
aeróbio, tais como cicloergómetros de membros superiores, para que
uma intensidade global mais alta de exercício possa ser alcançada (con-
sumo de oxigénio e frequência cardíaca mais alta) sem que haja limita-
ção precoce provocada por doença arterial periférica, sem, obviamente,
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