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Lino Patrício, Inês Gonçalves
Antiagregação e anticoagulação na intervenção coronária
Introdução
Uma parcela significativa dos doentes qe ingressam em programas de rea-
bilitação cardíaca foram submetidos a procedimentos de intervenção coronária
e, em função disso, passam a fazer uso de fármacos que influenciam a agregação
plaquetária e a coagulação sanguínea. O presente capítulo visa resumir as evidên-
cias existentes e principais ensaios clínicos realizados até à data sobre terapêu-
tica antiagregante e anticoagulante no contexto da intervenção coronária per-
cutânea (ICP). A sua escolha, início, combinação e duração depende sobretudo
do cenário clínico: doença coronária estável (DC estável), síndrome coronária
aguda sem supra de ST (SCASSST) e síndrome coronária aguda com supra de
ST (EAMCSST), devendo‑se no entanto avaliar sempre individualmente o risco
isquémico e hemorrágico de cada doente de forma a maximizar o benefício da
estratégia antitrombótica na prevenção de eventos (trombose de
stent
e redução
de mortalidade) e minimizar o risco hemorrágico invariavelmente inerente a esta
terapêutica.
Estratégia antitrombótica peri‑intervenção coronária percutânea
a) Síndrome coronária aguda com supra de ST
Nos doentes com EAMCSST, a ICP primária sobrepôs‑se à trombólise na
decisão de reperfusão. Os tempos desde o início dos sintomas ao primeiro con-
tacto médico e à terapêutica de reperfusão influenciam o prognóstico e depen-
dem mais da eficácia da rede pré‑hospitalar e de medidas politicas médico‑sani-
tárias do que das terapêuticas instituídas. Foram definidos recentemente os
tempos máximos admitidos como atraso nesta estratégia de reperfusão. Os tem-
pos recomendados desde o primeiro contacto médico até à angioplastia (ICP)
primária (tempo porta‑balão) devem ser inferiores a 90 minutos (
≤
60 minutos
se o doente é admitido diretamente num hospital com capacidade para ICP pri-