Tales de Carvalho, Sabrina Weiss Sties, Ana Inês Gonzáles, Gabriela Dutra de Carvalho
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(DM), hipertensão arterial sistémica (HAS) e dislipidemia
5
. As alterações que
caracterizam a DS de um modo geral, com destaque para a disfunção erétil (DE)
que tem sido a anomalia mais estudada, aumentam o risco cardiovascular e meta-
bólico, frequentemente precedendo a manifestação clínica de DAC, AVC e DM
6,7
.
A DE costuma preceder em média três anos a angina pectoris e em três a cinco
anos os eventos cardiovasculares
major
, como o enfarte do miocárdio e a morte
por doença cardíaca
8
, sendo a prevalência de DS em doentes com HAS, DAC e
DM ainda mais elevada do que na população em geral
9,10
. Assim, considerando a
sua forte relação com as doenças cardiovasculares (DCVs), a DS deve ser um dos
problemas sistematicamente investigados pelo médico assistente e em especial
pelos cardiologistas, sendo um importante parâmetro na avaliação do risco e da
eficácia da terapêutica cardiovascular.
Assim como ocorre com a DAC, HAS e DM tipo 2, a DS é dependente do
estilo de vida, sendo o sedentarismo um fator de risco relevante para o seu apa-
recimento. Portanto, em relação à DS, a exemplo do que ocorre com as DCVs
e doenças metabólicas como a obesidade e a DM, o exercício físico pode cons-
tituir uma estratégia preventiva e terapêutica, assunto que será abordado neste
capítulo.
A HAS, DM, aterosclerose e obesidade costumam interferir negativamente
nos complexos mecanismos que modulam a função sexual masculina e feminina,
principalmente pelas alterações vasculares que comprometem as artérias vagi-
nais e penianas
11,12
. A HAS é responsável por causar danos profundos no tecido
vascular e perivascular dos órgãos genitais masculino e feminino
13
, nos homens
repercutindo em DE
13
e nas mulheres, por diminuir o fluxo sanguíneo sistémico
e local, causando decréscimo da lubrificação vaginal, fibrose da musculatura lisa,
aumento da dor durante e após a relação sexual, compromisso do orgasmo e
perda de líbido
11,13,15
. Considere‑se ainda que a aterosclerose, um aspeto rele-
vante na fisiopatologia da DE, encontra facilidade em se instalar nas artérias
penianas, que são significativamente menores do que as artérias coronárias,
carótidas e femorais
13
.
A deficiente produção de óxido nítrico (NO), o principal regulador bioquí-
mico do processo fisiológico de vasodilatação, assim como ocorre na insuficiên-
cia cardíaca (IC) e outros relevantes problemas cardiovasculares e metabólicos
