Panorama do Risco Cardiovascular e da Reabilitação Cardíaca em Portugal e no Brasil
292
venção/milhão de habitantes, correspondendo a um total de 28 centros de car-
diologia de intervenção, dos quais 18 têm angioplastia primária (ICPP) nas 24
horas. Desde 2011, Portugal ultrapassou a média europeia de ICPP, com mais
de 300 procedimentos por milhão de habitantes/ano
40
. Para dar continuidade à
terapêutica do enfarte do miocárdio, é fundamental a realização de programas de
reabilitação cardíaca. Em 2009, 3% dos doentes com enfarte eram reabilitados
38
,
tendo o número quase triplicado em 2014
39
, correspondendo a 8% dos enfartes
com alta hospitalar. Estes correspondem a 60% de todos os doentes reabilitados.
A reabilitação de doentes com insuficiência cardíaca ou operados às coronárias
tem também vindo a aumentar, correspondendo quase a 40% do total de doentes
reabilitados
39
.
Os obstáculos à RC incluem o pequeno número e a desigual distribuição
geográfica dos centros de RC, restrições financeiras, falta de suporte legislativo
relativo a absentismo laboral para comparecer às sessões de RC, fraca motivação
dos doentes e ainda o encaminhamento insuficiente pelos médicos, ligado à des-
crença na eficácia da RC e também ao receio de perder doentes
38,39
.
Em Portugal, têm sido levadas a cabo pela Sociedade Portuguesa de Cardio-
logia, medidas de divulgação com produção de material informativo/educativo,
uma das quais em colaboração com o Ministério da Saúde, através do folheto
Panorama Nacional da Reabilitação Cardíaca
41
e um filme para público em geral e
doentes,
Com o coração nas mãos
42
. Além deste material, apresentações e entre-
vistas nos media, com peritos na área, têm sido levadas a cabo para incentivar a
reabilitação cardíaca.
A adesão de Portugal à iniciativa
Stent for life
em 2011
40
, uma plataforma
europeia com o objetivo de incentivar a angioplastia primária e o encurtamento
dos tempos de espera entre o enfarte e a intervenção coronária, foi apoiada
pela APIC (Associação Portuguesa de Intervenção Cardíaca) e Sociedade Por-
tuguesa de Cardiologia, tendo grande sucesso na redução de mortalidade e
morbilidade do enfarte agudo do miocárdio. Nesta sequência, foi criado na SPC,
pelo GEFERC em colaboração com a APIC, um projecto
Rehab for life,
com o
intuito de aumentar o numero de doentes com enfarte que realizam programas
de RC.