Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 312

Gláucia Maria Moraes de Oliveira
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distância do domicílio até aos centros de reabilitação, presença de outras comor-
bilidades, falta de motivação, falta de educação continuada sobre os benefícios
alcançados em longo prazo, baixa condição financeira, entre outras. Novas téc-
nicas, envolvendo internet e telefone, por exemplo, precisam ser implementadas
para promover maior participação e adesão a RC, bem como o envolvimento de
profissionais com atenção primária para a modificação do estilo de vida, e perpe-
tuação das medidas para redução dos fatores de risco cardiovascular
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.
Esse subcapítulo objetiva descrever os programas de sucesso de RC que
promoveram a interação entre terapêuticas, farmacológica e não farmacológica,
para redução da mortalidade cardiovascular, diminuição da ocorrência de novos
eventos e melhoria da qualidade de vida.
Reabilitação cardíaca e terapêutica não farmacológica e farmacológica
A terapêutica não farmacológica para a prevenção secundária da doença ate-
rosclerótica e RC é segura e efetiva, especialmente quando se associam as inter-
venções multifatoriais para abordagem dos fatores de risco clássicos com vista à
redução de mortalidade. As intervenções psicossociais parecem apresentar resul-
tado mais efetivo na melhoria da qualidade de vida. Não parece existir diferença
de resultados entre as estratégias desenvolvidas em hospitais ou em domicílios,
estando ambas associadas com melhoria na qualidade de vida dos participantes.
Existem ainda lacunas quanto aos benefícios dos componentes isoladamente, sem
evidências conclusivas em populações específicas, como por exemplo, mulheres e
idosos ou dietas mais efetivas após a ocorrência de eventos, nos ensaios clínicos
aleatorizados e controlados
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.
As evidências são também relatadas com benefícios semelhantes, nos doen-
tes com insuficiência cardíaca (IC), que na sua maioria são de etiologia isquêmica.
No caso da IC houve também redução do número de hospitalizações e dos cus-
tos com o tratamento. Os centros de RC devem ser o ponto de encontro de
profissionais de diversas áreas com intuito de aconselhar os participantes quanto
ao programa de exercício físico, acompanhamento nutricional, controlo do peso
corporal, redução dos lípidos séricos e da pressão arterial, abolição do tabagismo
e manejo psicossocial. O planeamento e implementação das medidas devem ser
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