Interação entre terapêuticas farmacológica e não farmacológica
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25% das sessões, em comparação com aqueles que participaram de 75% ou mais
sessões, tiveram risco duas vezes maior de morte, após ajuste por múltiplos
fatores, que não foi independente relativamente à cessação do tabagismo. Ressal-
taram a interação entre as terapêuticas farmacológicas e não farmacológicas na
RC, recomendando que os fumadores devessem ser encorajados a participarem
nos programas de RC, inclusive para a cessação desse fator de risco
23
.
Interação entre terapêuticas farmacológica e não farmacológica
Ainda que os múltiplos benefícios da reabilitação cardíaca sejam sobeja-
mente conhecidos, restam muitas dúvidas se a adesão aos programas de RC com
intervenções múltiplas farmacológicas e não farmacológicas, como as descritas
no estudo de Vries et al
22
, poderiam ser replicadas e mesmo analisados separa-
damente para o entendimento de cada um de seus componentes, dado as inte-
rações e aos inúmeros fatores de confundimento que perturbam essa análise. É
de supor que maior adesão aos programas de RC e de exercício supervisionados
aumentaria a adesão às medidas farmacológicas e não farmacológicas que compõe
o tripé da prevenção secundária e terciária
24,25
.
Em estudos prévios foi demonstrado que doentes que participavam de pro-
gramas de RC tinham redução das taxas de colesterol, cessação do tabagismo
e mudança para uma dieta saudável, com redução das taxas de mortalidade e
morbilidade cardiovascular na prevenção secundária
26‑28
. Esse efeito parece estar
relacionado com maior conhecimento sobre a doença e consequente adesão às
medidas farmacológicas e não farmacológicas
29
.
O
EUROpean Action on Secondary and Primary Prevention by Intervention to
Reduce Events IV
(EUROASPIRE IV) foi um estudo transversal, com doentes adul-
tos, portadores de doença arterial coronária em 78 centros de mais de 24 países
europeus. Foi observada elevada frequência de medicações empregues para o
tratamento da doença, antiplaquetários em 93,8%, betabloqueadores em 82,6%,
inibidores da enzima conversora da angiotensina/bloqueadores dos recetores da
angiotensina em 75,1% e estatinas em 85,7%. No entanto, 75% dos doentes não
tiveram as taxas preconizadas de LDL‑ colesterol, 45% não apresentaram con-
trolo da pressão arterial, 59,9% relataram pouca ou nenhuma atividade física, e