Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 322

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Teresa Gomes Mota
aos tratamentos continua a ser considerada insuficiente e o mais recente grande
estudo europeu sobre o controlo de fatores de risco e medidas terapêuticas após
acidente coronário agudo concluiu que «Todos os doentes vasculares e coronários
requerem um programa de cardiologia preventiva moderno, adaptado ao contexto
médico e cultural de cada país, para alcançar estilos de vida mais saudáveis, melhor
controlo dos fatores de risco e adesão aos medicamentos cardioprotetores»
2
.
Fomentar a adesão é assim uma oportunidade com elevado potencial na
melhoria da assistência aos doentes cardiovasculares e com boa relação custo‑
-efetividade para a maioria das medidas.
Condicionantes da adesão
Podemos entender a adesão como a persistência e manutenção de compor-
tamentos desejáveis para a saúde, sendo o resultado de uma participação ativa e
de uma relação de concordância com o profissional de saúde.
A adesão está condicionada por fatores relacionados com o indivíduo, a
doença, o tratamento e a organização dos serviços e sistemas de saúde
3,4
.
Em relação ao doente pesam fatores biológicos, cognitivos, demográficos,
educacionais e literacia em saúde
5
, culturais, económicos, profissionais, sociais
6
,
experiências anteriores, que se interrelacionam em determinantes como a sua
conceção de saúde e doença, a sua perceção de gravidade e ameaça à saúde
7
, a
crença das dificuldades
8
e eficácia das medidas propostas
9
, situações emocionais
como ansiedade ou depressão
10,11
, motivação, envolvimento no processo de deci-
são
12
, capacidade de
coping
ou a fase em que se encontra relativamente à adapta-
ção a uma nova situação mórbida.
Quanto às doenças, a adesão é influenciada pela ausência, ou em sentido
contrário, pela gravidade, dos sintomas, do seu curso agudo ou crónico, do seu
prognóstico.
Os fatores relacionados com o próprio tratamento
13
têm enorme relevância
nos comportamentos de adesão, nomeadamente a complexidade dos esquemas
terapêuticos, a disponibilidade, os custos (económicos, pessoais, sociais), os efei-
tos secundários, os riscos, a toxicidade e interações, a eficácia.
Merece destaque o papel do médico e de outros técnicos de saúde, em
particular a relação médico‑doente e a qualidade da comunicação. A organização
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