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Teresa Gomes Mota
Estratégias para fomentar a adesão à terapêutica
Introdução
Este subcapítulo pretende dar uma visão estruturante sobre um tema essen-
cial em reabilitação cardíaca: a adesão ao tratamento.
Podemos afirmar, com pouca probabilidade de erro, que todas as pessoas
com doença cardíaca elegível para programas de reabilitação têm, em algum
momento do processo, questões relacionadas com a adesão às medidas de con-
trolo e seguimento, de diagnóstico, de tratamento farmacológico e não farmaco-
lógico.
São abordados alguns aspetos práticos transversais à adesão às diversas for-
mas terapêuticas em reabilitação cardíaca – alimentação, atividade física, absten-
ção tabágica, gestão do
stress
, terapêutica farmacológica ‑ e remetem‑se para os
respetivos capítulos abordagens mais detalhadas e específicas.
Importância da adesão
A par do aumento das doenças crónicas, a medicina convencional desenvol-
veu intervenções terapêuticas que ajudam a minimizar os sintomas e a impedir a
progressão das doenças e das suas complicações, melhorando a qualidade de vida
e prolongando a sobrevida. Assim acontece para fatores de risco de aterosclerose
muito prevalentes na população, como a hipertensão arterial, a dislipidémia, a
diabetes. Para além do controlo destes fatores de risco, após um acidente coro-
nário agudo, acidente vascular cerebral, insuficiência cardíaca ou disritmias como
a fibrilhação auricular, é possível intervir medicamente com resultados benéficos.
No entanto nenhuma destas medidas é curativa, e todas necessitam de uma ade-
são a longo prazo.
No que concerne à saúde das populações, antevê‑se que um maior progresso
na mortalidade e morbilidade, está mais dependente do bom uso dos medicamen-
tos disponíveis do que do desenvolvimento de novas armas terapêuticas
1
. A adesão