Pablo Nascimento, Salvador Serra
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ao treino de exercício, o custo para reduzir um ponto na escala de angina da
Sociedade Canadiana de Cardiologia equivaleu a US$ 3429,00, este valor foi ele-
vado em mais do que duas vezes naqueles tratados com intervenção coronária
percutânea, alcançando US$ 6956,00. A curva de sobrevida livre de eventos foi
amplamente mais favorável para os doentes tratados com reabilitação cardíaca,
e somente estes cursaram com melhoria do VO
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pico e da tolerância ao esforço.
Em acréscimo, convém ressaltar que quanto maior a gravidade da doença
arterial coronária e, consequentemente, maior potencial de risco de eventos
futuros, mais custo‑efetiva se torna a participação num programa supervisionado
de reabilitação cardíaca. Precisamente, este é o caso dos indivíduos mais idosos,
acima dos 75 anos, assim como daqueles com histórico de síndrome coronária
aguda pregressa
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.
Insuficiência cardíaca crónica
Há cerca de uma década, os efeitos do exercício físico inserido nos progra-
mas de reabilitação de doentes com insuficiência cardíaca crónica foram firme-
mente estabelecidos em vários estudos clínicos aleatorizados, proporcionando a
este grupo de doentes um efetivo aumento na capacidade de realizar exercício,
redução da atividade autonómica simpática e elevação do tónus vagal cardíaco,
melhoria na função do endotélio e da musculatura esquelética, interferindo favo-
ravelmente na qualidade de vida, na morbilidade e na mortalidade por todas as
causas e por causas cardiovasculares
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.
Embora o exercício físico esteja recomendado no tratamento da maioria
dos doentes com insuficiência cardíaca crónica estável, deve ser estabelecido
se este procedimento, que quase sempre aumenta o VO
2
pico, melhora a classe
funcional e a qualidade de vida, é também custo‑efetivo
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.
Estudo controlado e aleatorizado, com seguimento de doentes com insu-
ficiência cardíaca crónica de classes funcionais II e III durante 14 meses, com
idade entre 55 e 64 anos, mostrou um incremento na expectativa de vida de 1,82
ano nos doentes em reabilitação cardíaca que realizaram exercício físico quando
comparados ao controlo. Este benefício foi alcançado com o custo estimado em
US$1.773 por vida salva ao ano
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