Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 373

Avaliação dos benefícios da reabilitação cardíaca
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Portanto, com base nesses resultados, o exercício físico, inserido em pro-
gramas de reabilitação cardíaca, deve ser entendido como procedimento de exce-
lente RCE para o tratamento da insuficiência cardíaca crónica. Estas conclusões
assemelham‑se às que indicam os estudos que avaliam os programas de reabilita-
ção cardiovascular nos doentes com doença arterial coronária.
Ênfase nos benefícios da reabilitação cardíaca
Estudos mais abrangentes, conduzidos em doentes com doença cardiovas-
cular de uma forma mais ampla, apontam nesta mesma direção. Uma revisão
sistemática, envolvendo 2779 doentes, dos quais 66,6% do sexo masculino, todos
inseridos após enfarte do miocárdio ou com o diagnóstico de insuficiência car-
díaca, comparou a reabilitação cardíaca supervisionada com o tratamento usual
8
.
Além de reduzir a taxa de internamento hospitalar, a reabilitação cardíaca foi
custo‑efetiva, variando entre US$ 2193,00 e US$ 28193,00 o valor para salvar
uma vida num ano. Este mesmo trabalho não encontrou dados suficientes que
permitissem conclusões definitivas sobre o custo‑efetividade da reabilitação car-
díaca domiciliária, bem como dos modelos alternativos, supervisionados através
de contato telefónico ou pela internet.
A RCE de um programa supervisionado de reabilitação cardíaca foi infe-
rior, entretanto, a uma estratégia combinada, associando a telemonotorização
através da internet à reabilitação cardíaca convencional, sendo esta realizada em
centros específicos
11
. Este último modelo permitiu que os doentes evoluíssem
com menor taxa de internamento hospitalar e melhores índices de qualidade de
vida, poupando €564,00 por doente por ano. Em outras palavras, revelou‑se mais
custo‑efetivo.
Outra revisão sistemática mais recente e examinando o mesmo tópico
concluiu que tanto a reabilitação cardíaca tradicional, supervisionada e desen-
volvida em centros de exercício físico, quanto a reabilitação cardíaca domiciliária
foram custo‑efetivas quando contrapostas ao tratamento habitual, sem que hou-
vesse diferença de custo‑efetividade quando os dois modelos foram compara-
dos entre si
12
. Convém ainda destacar que neste último trabalho foram incluídos
1...,363,364,365,366,367,368,369,370,371,372 374,375,376,377,378,379,380,381,382,383,...404
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