Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 42

Miguel Mendes
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eles estes tópicos, ampliando os ganhos obtidos através dos momentos indivi-
duais e de grupo.
Esta abordagem, a cargo de toda a equipa do programa, é multidisciplinar por
definição e pode exigir o contributo específico do psicólogo, muito útil perante a
necessidade de promover mudanças de comportamento em doentes portadores
de depressão ou de baixo nível socioeconómico, pouco disponíveis e com limita-
ções de vária ordem para realizar as mudanças recomendadas.
Particularmente importantes são os contributos das consultas de cessação
tabágica e de controlo da obesidade, que integram os programas melhor apetre-
chados ou que podem ser acedidas mediante referência a consultas específicas
exteriores ao programa.
É decisivo para o sucesso do programa de RC que ele se desenvolva com o
conhecimento e em ligação com o médico de família e com o cardiologista assis-
tente do doente, que devem ser periodicamente informados da progressão e a
cujos cuidados o doente será devolvido no final da fase de treino.
Esta intervenção comportamental, conforme estipulado na definição de RC
da OMS citada atrás, visa possibilitar que o doente defina, com a ajuda da equipa
multidisciplinar, e assuma a seu cargo o plano pessoal de cuidados de forma autó-
noma, sem depender da equipa terapêutica. Nos primeiros meses após o final
do PRC o contacto entre o doente e a equipa do programa tem periodicidade
mensal e vai evoluindo progressivamente para intervalos trimestrais, semestrais
e anuais à medida que o tempo passa.
No contexto dos «cuidados habituais» a intervenção está focada no segui-
mento do evento, sendo realizadas consultas com tempo controlado (15 a 30
minutos), a intervalos regulares (p. ex.: 1, 3, 6 e 12 meses) que habitualmente só
permitem efetuar uma investigação sobre a sintomatologia referida pelo doente,
uma observação clínica breve, revisão dos exames clínicos previamente requi-
sitados, requisição dos exames considerados necessários no seguimento e um
eventual ajuste da medicação, não sendo possível disponibilizar tempo para a edu-
cação, pelo que o sucesso dos «cuidados habituais» fica aquém do proporcionado
pela RC, conforme demonstrado em ensaios clínicos como o EUROASPIRE
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e o
GOSPEL
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