Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 50

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Ana Abreu, Claudio Gil Soares de Araújo
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Fases de Reabilitação Cardíaca
Após o evento cardiovascular agudo, a reabilitação inicia‑se, preferencial-
mente na 1.ª fase (intra‑hospitalar), continuando até à 3.ª fase (manutenção), con-
forme é detalhado a seguir
7
.
Apesar de cada vez menos se utilizarem números para identificar as fases tempo-
rais da reabilitação cardíaca (Figura 2), por uma questão de facilidade de linguagem
e identificação, continuamos a considerar a existência de:
Fase 1
(intra‑hospitalar) ‑ Deve começar no internamento, tão cedo
quanto possível, de preferência ainda na Unidade de Cuidados Intensivos. No
caso de evento agudo coronário deve iniciar‑se após 24 horas, desde que o
doente se encontre clinicamente estável. O treino consiste mais na mobilização
do doente e na realização de alguns exercícios ativos. O aspeto da modificação
do estilo de vida deve ser considerado desde logo, após avaliação cuidadosa
dos fatores de risco presentes, desde que o doente se mostre recetivo, de
modo diretivo, mas ao mesmo tempo tranquilizante e não agressivo. O apoio
psicológico pode ser necessário em alguns casos. Esta fase termina com a alta
hospitalar.
Fase 2
(ambulatório precoce) – abrange o período imediatamente após a
alta e pode ir até ao fim do primeiro ano, sendo aconselhável que se inicie o mais
breve possível, estando o doente estável. O treino de exercício tem início após
avaliação do risco cardíaco (sintomas, comorbilidades, exame físico, ecocardio-
grama e prova de esforço) com ajuste do programa ao estrato de risco, tendo
por objetivo minimizar complicações do treino. Habitualmente, estes programas
duram 8‑12 semanas, com frequência bi ou trissemanal, para um total de 24‑36
sessões, durando cerca de uma hora cada. Esta
«
dose
»
de treino demonstrou
estar relacionada com a redução da mortalidade cardiovascular
8
. Continua‑se a
intervenção sobre fatores de risco cardiovascular e modificação do estilo de vida.
Efetua‑se a otimização da terapêutica farmacológica.
Conforme referido previamente, em Portugal e no Brasil os programas de
fase 2 são realizados em regime de ambulatório, ao contrário de alguns países em
que são residenciais
.
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