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Ana Abreu, Claudio Gil Soares de Araújo
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amplitude e abrangência, nomeadamente naqueles que se realizam dentro de
ambientes hospitalares de grande dimensão, é possível encontrarmos: médicos,
enfermeiros, auxiliares de enfermagem, fisioterapeutas, fisiologistas de exercício,
nutricionistas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, assistentes sociais e adminis-
trativos. Por outro lado, PRC de menor dimensão, realizados em clínicas e, espe-
cialmente naqueles em que o foco é primariamente o componente de exercício
físico, as equipas podem ser bem menos abrangentes e incluir apenas médicos e
educadores físicos e/ou fisioterapeutas
12, 13
.
Ainda que possam existir variações, o mais frequente é que a equipa mul-
tiprofissional que atua num PRC seja liderada por um médico competente nas
técnicas e procedimentos envolvidos, sendo o responsável pela avaliação dos
doentes e, muitas vezes, pela própria prescrição dos exercícios realizados na
sessão de treino físico, denominado de diretor ou coordenador médico. Muito
provavelmente, deverá caber ainda a esse médico, determinar a redução ou até
mesmo a suspensão da sessão de exercício no caso de anomalias clínicas relevan-
tes ou de defeitos de equipamentos.
O médico coordenador da equipa deverá ser também o profissional que
estabelece contacto com o médico assistente do doente, seja para obter ou
trocar mais informações ou na eventualidade de alguma intercorrência clínica.
Na maioria dos PRC, outros profissionais de saúde, inclusive outros médi-
cos, colaboram na supervisão e orientação do exercício durante as sessões de
exercício
12
.
É interessante verificar que diferentemente de várias outras áreas de atua-
ção médica, não parece existir um consenso ou diretrizes formais únicas sobre
as competências médicas mínimas para atuar em RC e, muito menos, para liderar
uma equipa de RC. Todavia, com base no que existe disponível em diversos países,
pode‑se considerar que esses médicos deverão ter uma forte base clínica com
competências variadas em temas da cardiologia clínica (especialmente doença
coronária) e, preferencialmente, histórico de treino e, idealmente, também de
medicina do exercício e desportiva. Essas condições permitir‑lhe‑ão compreen-
der melhor a natureza e as características da doença e avaliar, de forma apro-
priada, como o exercício físico poderá contribuir na abordagem de prevenção