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Antidepressivos e ansiolíticos em doentes cardíacos
maioria destes doentes estão sob terapia antiagregante plaquetária e a verdade é
que o risco hemorrágico associado à combinação de SSRIs com terapia antiagre-
gante permanece incerto.
Na Tabela 8 destacam‑se os principais efeitos da interação dos SSRIs com os
fármacos antiagregantes.
Tabela 8
Interação SSRIs e antiagregantes
Fármacos Efeito
Mecanismo
Notas
Recomendações
SSRIs
Aumento do risco
hemorrágico em
doentes medicados
com aspirina e/ou
Clopidogrel
55
+++ Fluvoxamina
(inibidor potente
do CYP1A2)
++ Fluoxetina
(inibidor CYP 2D6)
‑ 20‑30% inibição
clopidogrel
97
Fatores indepen-
dentes SSRIs.
Estudo antiagregação dupla
pós EAM em doentes medi-
cados com SSRIs (2011):
55
‑AAS + SSRI :
↑
42% do risco
‑Clopidogrel + SSRI :
↑
49%
do risco
‑AAS+Clopidogrel + SSRIs:
↑
57% do risco
Considerar
uso de IBPs
Monitorizar
No estudo de Labos et al
55
acerca do risco hemorrágico em doentes que
estariam medicados com SSRIs e fármacos antiagregantes após EAM, verificou‑se
que os doentes medicados com SSRI + ácido acetilsalicilico (ASA) ou dupla anti-
agregação (ASA e clopidogrel) estavam em risco acrescido de ter uma complica-
ção hemorrágica.
Assim, para todo o tipo de interações, a vigilância clínica parece ser a forma
mais prudente de abordar estes doentes, de forma a evitar consequências inde-
sejáveis.
Considerações finais
Ao longo deste capítulo procuramos discutir a profunda vinculação que
existe entre as perturbações afetivas e os sintomas e doenças cardiológicas, que
têm tornado o cardiologista um dos principais especialistas a prescrever psico-
fármacos.