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Retorno à atividade profissional, condução de automóvel
e viagem em altitude no doente cardiovascular
tação de CDI difere consoante esta seja em prevenção primária ou secundária
(Tabela 1). Após substituição de gerador, recomenda‑se restrição de condução
durante uma semana, período que deve ser prolongado para quatro semanas
no caso de substituição dos eletrocateteres. Nos indivíduos com indicação para
implantação de CDI, mas que a recusam, a restrição de condução é de sete meses
se em prevenção secundária, não havendo restrição no caso da prevenção primá-
ria. Após um choque apropriado, a restrição é de três meses; se inapropriado, a
condução deverá ser protelada até que as medidas necessárias para prevenir os
choques inapropriados sejam tomadas. Para os condutores profissionais, a restri-
ção de condução é permanente
8,10
.
Viagem em altitude
O número de indivíduos que viaja a elevada altitude aumentou significativa-
mente nas últimas décadas. A maioria dos que têm doença cardíaca compensada
pode viajar em segurança. Um requerimento de segurança da
Federal Aviation
Administration
, implementado em abril de 2004, determina que todo o avião que
transporte um mínimo de 30 passageiros e um assistente de bordo deve possuir
um
kit
de emergência a bordo e um desfibrilhador automático externo
12
.
A maioria dos aviões comerciais viaja a uma altitude entre 6700 e 13400
metros, mas a pressurização mantém a pressão na cabine equivalente à de uma
altitude de 2439 metros ou inferior; a essa altitude, a pressão barométrica desce
para 564mmHg (comparativamente com 760mmHg ao nível do mar). O efeito
final é o de uma pressão inspirada de oxigénio de 108mmHg, correspondendo
a pressões parciais de oxigénio de 69mmHg nos alvéolos e 60mmHg no sangue
arterial. Embora um indivíduo saudável possa rapidamente compensar a redução
da pressão parcial de oxigénio no sangue arterial, aqueles com reserva cardiopul-
monar diminuída correm risco de dessaturação arterial e descompensação. Daí
que indivíduos com baixa reserva cardiopulmonar, quando expostos a elevadas
altitudes, possam manifestar tonturas, dor torácica, parestesias das extremida-
des, palpitações, dispneia e hiperventilação.
Stress
físico e psicológico adicionais
podem provir quer de atividades antes do voo, como a ansiedade e pressa de
chegar a tempo, o transporte de bagagem pesada e o longo percurso até à porta