359359
Retorno à atividade profissional, condução de automóvel
e viagem em altitude no doente cardiovascular
‑ insuficiência cardíaca grave, descompensada. Doentes em classe III ou IV
da
New York Heart Association
devem ser avaliados acerca da necessidade
de oxigénio a bordo;
‑ doença valvular cardíaca sintomática (contraindicação relativa);
‑ hipertensão pulmonar e síndrome de Eisenmenger
12
.
Doença coronária estável e EM
Nos doentes com doença coronária estável, a avaliação clínica, o exame
objetivo e um eletrocardiograma em repouso devem ser efetuados antes da par-
tida. Se o eletrocardiograma não for normal, o doente deverá ser portador de
uma cópia para levar durante a viagem. Os testes de
stress
antes da viagem não
são necessários, por rotina, exceto se houver uma alteração significativa do seu
estado clínico
12
.
As recomendações relativamente à viagem em altitude após EM variam. De
acordo com as normas de orientação de 2013 do
American College of Cardiology/
American Heart Association
, a viagem em altitude só deve ser realizada nas pri-
meiras duas semanas após EM se ausência de angina, dispneia em repouso e se
o doente não tiver receio de viajar. Os doentes com depressão grave da fun-
ção sistólica ventricular esquerda ou insuficiência cardíaca, paragem cardíaca ou
choque cardiogénico pós‑EM, só devem voar após duas semanas de estabilidade
clínica
12
. As recomendações da
British Cardiovascular Society
14
vão no sentido da
estratificação de risco dos doentes, após EM. Assim:
‑ muito baixo risco: <65 anos, primeiro evento, reperfusão com sucesso, FE
>45%, sem complicações ou intervenções planeadas;
‑ risco médio: FE>40%, sem sintomas de insuficiência cardíaca ou evidência
de isquemia ou arritmia indutíveis, sem intervenções planeadas;
‑ alto risco: FE<40%, com sinais e sintomas de insuficiência cardíaca, com
intervenções planeadas (de revascularização ou implantação de dispositivos).
Com base nesta estratificação de risco, é recomendado viajar a partir do terceiro
dia nos doentes com muito baixo risco, a partir do décimo dia nos de risco médio
e nos de alto risco, atrasar a viagem por um período mínimo de seis semanas
12
.