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Psicoterapia: terapias cognitivas e comportamentais
médicas representa um desafio ou quando os aspetos emocionais disfuncionais
contribuem para um pior prognóstico e desfecho
6,7
.
As estratégias cognitivo‑comportamentais utilizadas na reabilitação cardíaca
envolvem a reestruturação de crenças disfuncionais sobre a doença cardíaca e de
pensamentos disfuncionais que mantêm o estilo de vida pouco saudável, técnicas
de manejo da ansiedade relacionada com a saúde e da depressão e intervenções
especificamente voltadas para a modificação de comportamentos, visando aderir
a novas práticas de exercício físico, prescrição dietética, cessação do tabagismo,
adesão ao tratamento farmacológico, entre outros
6,8
. No contexto da reabilitação
cardíaca, as TCC têm sido utilizadas na sua configuração original para prevenir
e tratar com sucesso comorbilidades psiquiátricas como ansiedade e depressão,
minimizando o seu impacto negativo sobre o prognóstico e a mortalidade dos
doentes
8,9
. Especificamente visando a modificação de comportamentos proble-
máticos, intervenções derivadas das TCC, como a Entrevista Motivacional (EMot)
e o
Coachin
g Cognitivo‑Comportamental (CCC) tendem a apresentar bons resul-
tados
10
.
Comorbilidades psiquiátricas: ansiedade e depressão
Sintomas clinicamente relevantes de ansiedade e depressão influenciam
negativamente a adesão dos indivíduos aos programas de reabilitação cardíaca
11
.
Doentes com ansiedade relacionada com a saúde seriam mais sensíveis a estí-
mulos interoceptivos, levando a que alterações autonómicas, naturais ou provo-
cadas, se transformem em fatores desencadeadores de ansiedade
12
. Um tipo de
ansiedade prevalente nessa população, fortemente correlacionado com comorbi-
lidades psiquiátricas em geral, é a Ansiedade Cardíaca (AC)
13
. Na AC, as preocu-
pações do doente estão especificamente voltadas para o sistema cardiovascular
e para a possibilidade de ter um evento cardiovascular agudo ou de desenvolver
uma doença coronária
14
. Os doentes podem experimentar sensações cardíacas
abruptas e recorrentes, mesmo na ausência de causas físicas que as expliquem.
Tais sintomas, associados à preocupação significativa acerca de suas potenciais
consequências, são desencadeantes de comportamentos de segurança como
verificação constante da frequência cardíaca, da pressão arterial, hipervigilância