Estratégias para deixar de fumar - Como ajudar o fumador com doença cardíaca
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Idosos
O vertiginoso crescimento da população acima de 60 anos obriga-nos a dar
mais atenção à qualidade de vida, à prevenção de doenças, à redução de incapaci-
dade e ao aumento da expetativa de vida. A prevalência de tabagismo encontrada
nessa faixa etária situa-se entre 9 e 11%
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. Devem ser observadas com atenção as
contraindicações gerais da terapêutica farmacológica coadjuvante e as interações
medicamentosas pelas frequentes comorbilidades e pelas características desta
fase da vida. No caso da bupropiona é prudente a utilização de apenas um com-
primido de 150mg ao dia e o mesmo raciocínio pode ser aplicado a vareniclina.
Conclusões
As doenças cardiovasculares são as principais causas de morbimortalidade
no mundo. A abordagem do tabagismo no doente cardíaco é parte imprescindível
do protocolo clínico. Existe uma carga tabágica bem estabelecida para os diver-
sos tipos de doenças cardiovasculares e o tabagismo, o que representa um grave
problema de saúde pública para a prevenção e tratamento das doenças crónicas
não transmissíveis.
O papel do médico cardiologista, assim como do pneumologista e do clínico
assistente é o de conhecer e utilizar todas as ferramentas disponíveis para enco-
rajar o doente fumador a procurar ajuda profissional para deixar de fumar. O
trabalho em equipa multidisciplinar é muito importante, estimulando a cessação
e informando sobre os benefícios da cessação no doente que ainda está nos esta-
dios iniciais da doença, bem como naqueles que já apresentam um quadro mais
avançado, inclusive a nível hospitalar.
O aumento da consciência da população quanto aos riscos do tabagismo
torna o momento atual muito favorável para a abordagem dos doentes fumado-
res. Atualmente o tratamento está mais acessível, podendo ser realizado em qual-
quer nível na linha dos cuidados de saúde, inclusive com aporte medicamentoso.
As possibilidades de o doente parar de fumar duplicaram, no mínimo, com o
aparecimento de novas drogas, tais como a vareniclina e citisina, aliadas às já exis-
tentes no mercado, bupropiona e a terapêutica de reposição de nicotina – drogas
de primeira linha ‑ além da nortriptilina e da clonidina.