Helena Santa-Clara, Pedro Pezarat-Correia
19019
Aparece também associado a melhorias não só da potência muscular mas da pró-
pria força máxima e de resistência
39‑41
.
Normalmente o desenvolvimento da potência é conseguido, em linhas
gerais, com a seleção de poucos exercícios por sessão, intensidades elevadas para
cada exercício, poucas séries com reduzido número de repetições por séries, e,
aumento no tempo de recuperação, ou seja, com tempo de intervalo longo.
O treino de potência pode ser realizado com um largo espectro de inten-
sidades da resistência externa desde que se mantenha sempre como premissa
uma elevada velocidade de produção de força. Para a melhoria da potência
muscular é recomendada uma estratégia combinada de associar ao treino
tradicional de força máxima e de resistência (40‑80% de 1 RM) de execução
lenta a moderada, o treino de força explosiva de baixa a moderada intensidade
(40‑60% de 1 RM)
32
. Normalmente quando o treino tem por objetivo o desen-
volvimento da potência muscular, é pedido ao participante que execute o mais
rápido possível a fase de movimento de contração concêntrica e que execute a
fase de contração excêntrica com uma duração acima de três segundos, sendo
quatro segundos o mais utilizado, com intervalo de repouso de 10‑15 segundos
entre repetições
32, 42
. Importante também é ter presente que para potenciar o
desenvolvimento da potência é crucial garantir previamente o aumento da força
máxima.
Quando um sujeito inicia a execução de exercícios de força, nos dois meses
iniciais de treino as alterações de força devem‑se essencialmente a fatores neu-
rais que precedem qualquer alteração significativa do diâmetro do músculo. Essas
adaptações neurais explicam‑se essencialmente por melhorias nos processos de
coordenação inter e intramuscular. Ao nível da coordenação intermuscular, a
melhoria deve‑se a uma melhor gestão da intervenção dos diferentes grupos
musculares envolvidos (agonistas, antagonistas e estabilizadores) que é conse-
guida pela aquisição das técnicas corretas de execução dos exercícios. As alte-
rações induzidas pelo treino na coordenação intramuscular traduzem‑se numa
maior capacidade de potenciar voluntariamente o influxo de excitação que o sis-
tema nervoso é capaz de fornecer ao músculo e fica a dever‑se a duas ordens de
fatores: aumento da frequência máxima de estimulação e um maior recrutamento