Treino de força muscular no doente cardíaco
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neuromuscular, com métodos de treino submáximos (cargas entre 70‑85% 1 RM)
que vão estimular a hipertrofia muscular (aumento da massa muscular)
32
.
A resistência muscular define‑se como a capacidade que o músculo tem para
executar um esforço submáximo resistindo à fadiga durante um período prolon-
gado de tempo. Deve existir um compromisso entre a % de 1 RM e o número de
repetições por série, de modo a que a carga permita uma estimulação suficiente
para a adaptação muscular. O número de repetições deve variar entre 15 a 20, e
no caso da população idosa ou pessoas com patologia cardíaca pode ser aconse-
lhável uma intensidade de 40% da 1 RM para o início do programa. A organização
do treino em circuito constitui‑se como um método adequado para a consecução
deste objetivo
33
.
A capacidade de produzir força máxima relaciona‑se inversamente com a
velocidade de encurtamento muscular em ações concêntricas
34
. Isto significa que
em contrações concêntricas rápidas, a capacidade de produção de força está
diminuída. Em termos práticos, e orientando o treino para doentes cardíacos,
significa que quando o objetivo é aumentar a força máxima, a intensidade deve ser
elevada (entre 70‑90% 1 RM), a velocidade deve ser moderada a lenta, o número
de repetições deve diminuir (entre 6‑10) e deve aumentar a duração do intervalo
de repouso (entre 1‑2 minutos) entre exercícios e/ou séries. Quando o objetivo
se orienta para a força de resistência, a intensidade tem de ser baixa a mode-
rada (40‑65% 1 RM), o número de repetições deve aumentar (entre 12‑15, sendo
possível o limite de 20 por série) e deve ser reduzida a duração do intervalo de
repouso (entre 30‑60 segundos)
33
.
A potência muscular é o resultado do produto da força pela velocidade
e pode ser definida como a capacidade muscular para produzir elevado valor
de força num tempo reduzido. Durante o processo de envelhecimento o declí-
nio de potência muscular é mais rápido do que o de força máxima
35‑37
e é mais
acentuado no membro inferior
36
. Esta conjugação traduz‑se numa perda de inde-
pendência funcional e aumento da probabilidade de quedas
38
. O idoso responde
positivamente ao treino de potência, o que favorece a realização de tarefas diárias
(andar, subir escadas, levantar objetos) aumentando a independência funcional,
diminuindo o risco de quedas e deste modo melhorando a qualidade de vida
39
.