Vanda Craveiro, Gabriela Albuquerque, Andreia Oliveira
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Evolução temporal das recomendações alimentares/nutricionais
A
American Heart Association
(
AHA
) e a
American Association of Cardiovas‑
cular and Pulmonary Rehabilitation
(
AACPR
), publicaram no ano 2000 uma decla-
ração científica sobre os componentes centrais nos programas de reabilitação
cardíaca/prevenção secundária, que definia objetivamente o (importante) papel
da alimentação/nutrição nos vários componentes abordados
1
, tendo esta sido
atualizada em 2007, com alteração dos valores e das estratégias para alcançar
os valores de lípidos objetivados e enfatizando a terapêutica farmacológica e
as recomendações (de modificação) de estilos de vida, nas quais se incluem a
alimentação e a atividade/exercício físico
2
. Neste documento não são abordadas
recomendações alimentares específicas, mas são preconizadas estratégias para o
aconselhamento alimentar, entre outras, que serão abordadas com maior deta-
lhe neste artigo.
O conhecimento científico ao longo dos anos seguintes permitiu que a AHA
publicasse no ano 2000
3
uma declaração científica (atualizada a partir das
Die‑
tary Guidelines for Healthy American Adults
4
), que fornecia as linhas orientadoras
para a redução do risco de doença cardiovascular através da alimentação e de
outros estilos de vida, enfatizando os alimentos e os padrões alimentares para os
americanos atingirem e manterem um peso saudável, tendo esta sido atualizada
em 2006, com a inclusão do conceito
Lifestyle
no título da recomendação, como
reconhecimento de que a alimentação faz parte de um estilo de vida saudável
5
.
Curiosamente, nas recomendações de 2000
3
, verificou-se um foco na prevenção
secundária a diversos níveis, que não existia nas recomendações de 2006
5
. Estas
recomendações evidenciam o efeito benéfico das terapêuticas direcionadas para
a redução do colesterol total e LDL‑c na prevenção (primária e secundária) da
doença arterial coronária. Ressalvam, por outro lado, a necessidade de mais evi-
dência científica: no suporte do benefício da suplementação em vitamina E em indi-
víduos com doença cardiovascular ou com risco aumentado de doença cardiovas-
cular, e no estabelecimento da dose ótima de ácidos gordos da série n‑3 (incluindo
os ácidos eicosapentaenóico (EPA) e docosahexaenóico (DHA) e
α
‑linolénico) na
prevenção (primária e secundária) da doença coronária e no tratamento da hiper-
trigliceridemia. A recomendação para o consumo de alimentos contendo esteróis