Reabilitação Cardíaca – Alimentação saudável e suplementação nutricional
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A dieta DASH
é atualmente reconhecida como uma estratégia de preven-
ção primária e secundária
27
para diminuir a pressão arterial
28, 29
, e consequente-
mente, a doença cardiovascular, para a qual é considerada um fator de risco
major
.
Diversos estudos
30, 31
demonstraram o seu efeito benéfico na redução da pressão
arterial. Estudos observacionais
27,32,33
sugerem ainda que a dieta DASH pode redu-
zir a incidência da síndrome metabólica e o risco cardiovascular, principalmente
se combinada com exercício físico e redução ponderal.
A dieta DASH caracteriza‑se por um elevado consumo de fruta e produ-
tos hortícolas, de laticínios com baixo teor de gordura, peixe e aves, alimentos
integrais, sementes e frutos oleaginosos e por uma reduzida ingestão de gor-
dura, doces e alimentos ricos em açúcar. Genericamente, este padrão alimentar
deve ser considerado moderadamente hiperproteico, com os hidratos de car-
bono a serem parcialmente substituídos por proteínas e gordura (primariamente
monoinsaturada). A DASH é ainda rica em potássio, magnésio, cálcio e fibra com
baixo aporte nutricional em lípidos totais, ácidos gordos saturados e colesterol
32
.
A recomendação para o seu seguimento está bem patente nas recomendações
da AHA/ACC
10
.
A
Dieta Mediterrânica
, reconhecida como Património Cultural Imaterial
da Humanidade pela UNESCO, tem vindo a ser associada a um menor risco de
doença coronária, a menor risco de acidente vascular cerebral, de doença coro-
nária e de enfarte do miocárdio, assim como a uma redução significativa da mor-
talidade por todas as causas, mortalidade por doença coronária e mortalidade
por doença cardiovascular
34‑37
.
Os benefícios da Dieta Mediterrânica estendem‑se também à prevenção
secundária de doença cardiovascular. O estudo
Lyon Heart
38
concluiu que, em
indivíduos que tinham tido enfarte do miocárdio, os efeitos benéficos da Dieta
Mediterrânica se prolongaram até quatro anos. Juntando esta evidência a resul-
tados de outros estudos, é possível afirmar que a Dieta Mediterrânica apresenta
melhores resultados a nível da sobrevivência, comparativamente à terapêutica
farmacológica (com o objetivo de baixar os níveis de colesterol plasmático). Este
padrão alimentar parece ser efetivo na redução da aterosclerose coronária e no
risco de complicações fatais como insuficiência cardíaca e morte cardíaca súbita
39
.