Reabilitação Cardíaca – Alimentação saudável e suplementação nutricional
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pele do peixe e a opção por variar o tipo de peixe consumido podem ser estraté-
gias eficazes para a redução do seu conteúdo em contaminantes.
A opção por peixe (seja gordo ou magro), em detrimento da carne (essen-
cialmente vermelha), é também uma forma de minimizar o consumo de gordura
saturada, gordura
trans
e colesterol, razões que apoiam a promoção do seu con-
sumo. Os ácidos gordos saturados, os ácidos gordos trans e o colesterol estão
presentes em maior quantidade nas carnes e seus derivados. As recomendações
preconizam um consumo limitado deste tipo de gorduras
5,6,16
, que pode ser facil-
mente conseguido: i) limitando o consumo de alimentos intrinsecamente ricos
em ácidos gordos saturados e colesterol (carnes gordas, vísceras, produtos de
charcutaria e salsicharia, enchidos, ovos, moluscos, produtos lácteos gordos,);
ii) reduzindo o consumo de gorduras de origem animal e de alimentos ricos em
gordura
trans
(pastelaria doce e salgada, folhados, chocolates, molhos, maioneses,
enlatados e conservas,); iii) removendo peles e gorduras visíveis da carne e peixe;
iv) reduzindo a quantidade de gordura adicionada na confeção dos alimentos, não
a submetendo a elevadas temperaturas; v) optando pelo azeite como gordura de
eleição para temperos e confeção; vi) dando preferência ao consumo de ácidos
gordos mono (MUFA) e polinsaturados (PUFA), presentes no azeite, óleos vege-
tais em cru (óleo de girassol, amendoim), peixe, nozes, sementes, feijão e azeito-
nas. As recomendações específicas para redução do colesterol plasmático
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e para
a prevenção secundária de doentes com doença coronária
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preconizam limitar o
consumo de ácidos gordos saturados a 7% do valor energético total (VET) diário,
manter um consumo reduzido de ácidos gordos
trans
(<1% do VET diário), consu-
mir menos de 200 mg/dia de colesterol (nível de evidência B) e manter os níveis
de consumo de ácidos gordos MUFA e PUFA próximos dos 20% e 10% do VET
diário, respetivamente.
A promoção do consumo de
alimentos ricos em fibra, entre os quais a
fruta e os produtos hortícolas
é uma das recomendações mundialmente mais
disseminadas. As atuais recomendações encorajam um consumo diário de fruta
e produtos hortícolas entre cinco e nove porções (o que equivale a um consumo
superior a 400 g/dia)
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. Estas baseiam‑se no facto destes alimentos serem fontes
privilegiadas de vitaminas, minerais, fibras e água, apresentando concomitante-