Vanda Craveiro, Gabriela Albuquerque, Andreia Oliveira
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a duas bebidas por dia (20 g de álcool) nos homens e uma bebida por dia (10 g de
álcool) nas mulheres, e que idealmente este consumo seja realizado às refeições.
Genericamente pode considerar‑se como equivalente a uma bebida alcoólica 1
copo (125 ml) de vinho, uma garrafa ou lata (330 ml) de cerveja e 1 cálice (40 ml) de
bebidas brancas ou espirituosas. Ou seja, as recomendações não são no sentido de
sugerir o consumo de bebidas alcoólicas a indivíduos que não o façam na sua rotina
diária, mas caso tenham este hábito de consumo que, o façam em moderação. Há
ainda que ressalvar que os indivíduos que escolham consumir bebidas alcoólicas
devem ter a noção de que estas têm elevada densidade energética (1 g etanol for-
nece 7 kcal) e que são uma fonte das designadas «calorias vazias».
O recurso aos
alimentos funcionais
é uma estratégia também presente
nas recomendações. Os alimentos funcionais são definidos como alimentos com
efeito benéfico numa ou mais funções fisiológicas alvo, para além dos seus efeitos
nutricionais adequados para promover a saúde e o bem‑estar e/ou reduzir o risco
de doença. As recomendações apontam no sentido de que os grupos de risco,
particularmente indivíduos hipercolesterolémicos, consumam entre 2‑3 g/dia de
esteróis e estanóis, como adjuvantes da alimentação e que o seu consumo seja
simultâneo com carotenóides (tocoferóis), por exemplo provenientes dos produ-
tos hortofrutícolas
5,6,16
. Em termos alimentares, os frutos gordos e os péptidos
bioactivos presentes nos iogurtes e leites fermentados são alimentos que contri-
buem para a ingestão dos estanóis e esteróis vegetais. No entanto, a utilização
por rotina dos alimentos funcionais necessita de um maior suporte de evidência
científica, não disponível à luz do conhecimento científico atual.
Paralelamente à promoção ou restrição de alimentos individualizados, cada
vez mais as recomendações vão no sentido de aderir a um padrão alimentar glo-
balmente saudável. O estudo dos padrões alimentares permite avaliar o efeito
cumulativo de vários alimentos, nutrientes e práticas alimentares na prevenção
ou tratamento de diversas doenças para as quais sabemos que múltiplos com-
ponentes alimentares contribuem
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, nomeadamente doenças cardiovasculares. A
Dieta DASH e a Dieta Mediterrânica são dois dos melhores exemplos que a evi-
dência científica tem apoiado e que se encaixam bem nas recomendações acima
descritas.