Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 114

Vanda Craveiro, Gabriela Albuquerque, Andreia Oliveira
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mente um valor energético reduzido. A fruta em conserva, devido ao seu ele-
vado conteúdo em açúcares, genericamente não é incluída nas recomendações. O
aumento do consumo de fruta fresca e produtos hortícolas pode ser conseguido
iniciando as duas principais refeições com uma sopa de legumes, confecionando
pratos tradicionais com hortaliças e optando pelos produtos sazonais e da agri-
cultura local, de forma a reduzir os custos com a alimentação.
Os
produtos integrais ou pouco refinados
, como por exemplo o pão de
mistura, centeio, massas e arroz integrais são também preferíveis relativamente
aos alimentos refinados (por exemplo, o pão de trigo), pois os primeiros apre-
sentam um teor superior de fibras, vitaminas do complexo B e minerais. Os
frutos oleaginosos (amêndoas, amendoins, nozes, avelãs), desde que não salgados
e em quantidades moderadas, já que são importantes fornecedores energéticos,
constituem também uma forma de aumentar o consumo de fibra e de vitaminas,
minerais e PUFA. Apesar de as diretrizes internacionais vigentes referirem que
o consumo de frutos oleaginosos parece ser benéfico na reabilitação cardíaca e
prevenção cardiovascular, não assumem uma recomendação nutricional do seu
consumo, pelo facto de os estudos nos quais se basearam não serem suficientes
para definir uma recomendação
18
. Porém, uma meta‑análise recente, incluindo
estudos de coorte prospetivos
19
, sugere que os seus resultados suportam a reco-
mendação do consumo diário de frutos oleaginosos na prevenção de doenças
crónicas, incluindo a doença cardiovascular.
O limite do
consumo de sal e de alimentos com elevado teor de sal
é
uma recomendação mundialmente disseminada.
A
AHA, a ADA e a Organização
Mundial de Saúde (OMS) recomendam que se limite o consumo diário de sódio a
2,3 g (100 mmol/dia), o que equivale sensivelmente a 5,9 g/dia de sal e que em ter-
mos práticos se reduz a uma colher de chá de sal (NaCl)
5,14,20
. Os alimentos devem
assim ser escrupulosamente selecionados em função do seu teor em sódio, tendo
em consideração quer o sódio intrínseco aos alimentos, quer o adicionado no
tempero e confeção dos mesmos. Estudos em diversos segmentos da população
portuguesa (crianças, adolescentes e adultos)
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têm revelado que o pão e a sopa
são alimentos que, pela frequência com que são tradicionalmente consumidos,
constituem fontes importantes de consumo de sal, facto que também esteve na
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