Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 221

Antiagregação e anticoagulação na intervenção coronária
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para terceiro plano neste cenário clinico face ao menor custo, maior experiência
e melhor perfil risco‑benefício do clopidogrel.
Os inibidores da GP IIb/IIIa foram utilizados numa estratégia
upstream
durante vários anos para redução das complicações isquémicas no SCASSST.
Esta estratégia era baseada em estudos efetuados sem a terapêutica antitrom-
bótica atual e sem a dose de carga de clopidogrel. Dois estudos mais recentes,
o ACUITY
23
e o EARLY‑ACS
24
vieram demonstrar que uma estratégia
upstream
de rotina do seu uso não é superior a uma estratégia em que se difere o seu uso.
Assim, o seu uso deve ser considerado apenas para situações de resgate ou com-
plicações trombóticas durante o procedimento (nível de recomendação IIaC)
11
.
Anticoagulação
A terapêutica anticoagulante deve ser administrada o mais precocemente
possível assim que é feito o diagnóstico de SCASSST e em associação à tera-
pêutica antiagregante. A escolha do fármaco (HNF, enoxaparina, bivalirudina ou
fondaparinux) depende essencialmente da estratégia terapêutica utilizada (inva-
siva
versus
conservadora), do risco isquémico e hemorrágico do doente, do perfil
de segurança e eficácia mais favorável em cada caso e da experiência e fármacos
disponíveis em cada centro.
Importa relembrar também que a terapêutica anticoagulante deve ser sus-
pensa após procedimento invasivo realizado, excetuando aqueles casos em que
existe outra indicação para manter os doentes anticoagulados (tais como fibri-
lhação auricular, trombo/aneurisma no ventrículo esquerdo, etc.) e, nos doentes
tratados de forma conservadora, esta deve ser mantida idealmente até à data da
alta hospitalar.
Nos doentes submetidos a uma estratégia invasiva urgente ou precoce, as
recomendações europeias mais recentes dão primazia à utilização de bivalirudina
na sala numa dose de 0,75mg/kg em bólus seguido de uma perfusão a 1,75mg/
kg/h até quatro horas após o procedimento (nível de recomendação IA) compa-
rativamente à utilização de HNF (nível de recomendação IC) em associação aos
inibidores da GP IIb/IIIa, particularmente nos doentes com elevado risco hemor-
rágico
11
. Esta recomendação baseou‑se nos estudos ACUITY
23
e ISAR‑REACT
4
25
, cujos resultados demonstraram que o uso de bivalirudina foi tão eficaz como
1...,211,212,213,214,215,216,217,218,219,220 222,223,224,225,226,227,228,229,230,231,...404
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