Lino Patrício, Inês Gonçalves
2022
a associação HNF‑inibidores da GP IIb/IIIa, com risco de hemorragia significativa-
mente menor. Importa realçar, no entanto, que esta associação HNF‑inibidores
das GP IIb/IIIa já não é utilizada por rotina, pelo que estes resultados poderão não
ser extensíveis à prática clínica actual. Já analisando os resultados do ensaio ISAR-
‑REACT 3, em doentes de baixo risco pré‑tratados com clopidogrel, a bivaliru-
dina não parece oferecer vantagens sobre a HNF
26
. Optando‑se pelo uso de HNF
na sala, a escolha da dose a ser administrada pode ser guiada pelo peso (bólus
e.v. de 70‑100 UI/kg ou 50‑60 UI/kg se uso de inibidores da GP IIb/IIIa) ou guiada
pelo ACT (bólus e.v. até ACT alvo de 250‑350 mseg, se uso isolado de HNF ou
ACT alvo de 200‑250 mseg, se uso concomitante de inibidores de GP IIb/IIIa)
27
. A
utilização de enoxaparina nos doentes com SCASSST tratados de forma invasiva,
após o ensaio SYNERGY, veio demonstrar uma eficácia semelhante, em relação à
HNF, na redução de eventos cardiovasculares adversos mas com uma tendência
de risco acrescido de hemorragia
major
naqueles submetidos a uma estratégia
invasiva
28
. Como a grande maioria dos doentes estão desde a admissão sob tera-
pêutica com enoxaparina, esta pode ser mantida durante a intervenção se forem
seguidas as seguintes regras: um bólus de enoxaparina e.v. (0,3mg/kg), se a última
administração de enoxaparina subcutânea tiver sido há mais de oito horas e com
mais de duas tomas prévias; não é necessário reforço na anticoagulação
19
no caso
da toma s.c. ter sido feita há menos de oito horas.
Nos doentes com SCASSST tratados de forma conservadora, o fondapa-
rinux ou a enoxaparina são preferíveis à HNF ou bivalirudina. Questões como
custo e experiência local poderão influenciar a escolha de um em detrimento do
outro. O fondaparinux, na dose de 2,5mg/dia subcutânea, tem o perfil de eficá-
cia‑segurança mais favorável no que respeita a anticoagulação
29,30
e deverá ser uti-
lizado sobretudo em doentes de mais alto risco hemorrágico. Caso estes doentes
sejam posteriormente submetidos a ICP, um bólus de HNF na dose de 85UI/kg
ou para atingir um ACT > 250 mseg deve ser administrado no início da ICP, de
forma a diminuir o risco de trombose de cateter associado ao fondaparinux
11
.
Doentes inicialmente tratados com enoxaparina subcutânea (1mg/kg 2id ou 1mg/
kg 1id se TFG<30), e que vão posteriormente realizar ICP, tal como referimos
previamente, devem fazer na sala preferencialmente um bólus de enoxaparina
e.v. (0,3mg/kg), ao invés de fazer o
switch
para HNF, se a última administração de