Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 223

Antiagregação e anticoagulação na intervenção coronária
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enoxaparina subcutânea tiver sido há mais de oito horas. Caso a última adminis-
tração tiver sido feita há menos de oito horas, não será necessário o reforço na
anticoagulação
19
. Uma regra importante a ter em mente é que o
crossover
para
HNF é fortemente desaconselhado, pelo risco acrescido de eventos cardiovascu-
lares e hemorrágicos
major
observados
28
.
c) Doença coronária estável
A intervenção coronária percutânea tem sido exaustivamente estudada e
comparada com a cirurgia de revascularização ou com a terapêutica médica e
tornou‑se um procedimento de rotina, seguro em doentes com DAC estável e
anatomia favorável.
Antiagregação
Nos doentes que vão ser submetidos a angioplastia eletiva, a carga de aspi-
rina de 150‑300mg p.o. dada na sala de hemodinâmica só está recomendada
naqueles doentes que não estejam tratados previamente com este fármaco. Já
o uso sistemático da carga de clopidogrel de 300mg‑600mg antes da coronario-
grafia, comparativamente à sua administração apenas no laboratório de hemodi-
nâmica, não mostrou benefício estatisticamente significativo na mortalidade na
doença coronária estável em ensaios clínicos aleatorizados e numa meta‑análise
publicada em 2012 que englobou dados de seis ensaios aleatorizados e nove estu-
dos observacionais
31
, pelo que deve ser feita idealmente pelo menos duas horas
antes do procedimento, apenas se a anatomia coronária é conhecida e estiver
prevista angioplastia
11
. O racional para esta recomendação prende‑se com o facto
de muitos dos doentes submetidos a uma coronariografia diagnóstica não vão
ter doença que necessite de revascularização ou ser em candidatos a revascula-
rização cirúrgica. Em ambos estes casos, os doentes seriam desnecessariamente
expostos ao clopidogrel caso este fosse administrado antes da coronariografia.
Os mais recentes antiagregantes orais ticagrelor e prasugrel não têm ainda
um papel bem estabelecido na intervenção coronária e estratégia antitrombótica
na doença estável face à ausência de estudos aleatorizados publicados neste con-
texto. São usados maioritariamente
off label
em doentes de alto risco isquémico
(tais como diabéticos, doença multivaso, ICP do tronco comum, etc.) ou naqueles
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