Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 330

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Teresa Gomes Mota
fatores de influência que devem ser abrangidos de forma a promover a mudança
de comportamento
29
.
São inúmeras as teorias de modificação comportamental que suportam
estratégias específicas de atuação
29
. Fica fora do âmbito deste trabalho a sua des-
crição exaustiva, mas podemos legitimamente questionar: deve o profissional de
saúde conhecê‑las e adquirir formação e experiência na sua utilização?
A este propósito é importante salientar a discrepância entre o grande inves-
timento efetuado na formação médica (e de outros profissionais de saúde) sobre
medidas terapêuticas farmacológicas, cirúrgicas e de intervenção com recurso a
tecnologias e, por outro lado, a exiguidade de formação em estratégias preven-
tivas, de promoção e educação para a saúde, de modificação comportamental e
de adesão ao tratamento. É uma lacuna que deve ser corrigida na formação pré
graduada e colmatada com educação pós graduada.
Conhecer em profundidade todas as teorias não será possível, nem neces-
sário, mas conhecer bem algumas, utilizá‑las com regularidade, e atualizá‑las, tor-
na‑se indispensável.
A literatura científica destaca a eficácia de intervenções baseadas em teo-
rias e modelos que preconizam os princípios de que o comportamento humano
é dirigido a objectivos significativos e é passível de autorregulação, nomeada-
mente quando o indivíduo é dotado de competências e motivação
30,31
. Dentro das
teorias/modelos que têm recebido mais atenção ou se revelam como mais pro-
missores
32
podemos mencionar a Teoria da Autodeterminação
33,34,35
(tem como
objetivo compreender os componentes da motivação intrínseca e extrínseca e
os fatores relacionados com a sua promoção), o Modelo de Estágios de Mudança
do Comportamento
36
(considera que a mudança de comportamento relacionado
com a saúde é realizada ao longo de estágios distintos, sendo a mudança pro-
gressiva), a Teoria da Autoeficácia
37
(sugere que a autoeficácia percebida se rela-
ciona com as crenças das pessoas nas suas capacidades de controlo sobre o seu
próprio funcionamento e sobre os eventos que afetam a sua vida), a Entrevista
Motivacional
38
(com uma abordagem direta e centrada no cliente para estimular
uma mudança comportamental, ajudando o doente a explorar e resolver ambiva-
lências), ou a Teoria da Aprendizagem Social
39
(que procura caraterizar os fatores
externos e internos que atuam nos processos humanos de aprendizagem).
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