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Fatores de risco modificáveis: tabagismo, sedentarismo, obesidade, síndrome metabólica,
dislipidémia, hipertensão arterial, diabetes e fatores psicossociais
97
bidor da SGLT-2) reduziu, ao fim de três anos, o risco relativo de mortalidade CV
e de mortalidade total em diabéticos com doença CV estabelecida
54
.
A associação das perturbações do metabolismo glicídico às síndromes coro-
nárias agudas é de tal modo forte, que está recomendada uma procura siste-
mática destas perturbações nesta situação clínica
9,11-13
. Na fase aguda, deve ser
efetuada uma vigilância rigorosa das glicemias, evitando as hiperglicemias e as
hipoglicemias (ambas com impacto prognóstico desfavorável), estando recomen-
dada a utilização de insulina na fase intrahospitalar.
Fatores psicossociais
Para além dos fatores fisiológicos já descritos, sabemos que existem tam-
bém fatores psicossociais associados a um maior risco de desenvolver doença
CV e a um agravamento da evolução clínica e prognóstica. São eles o baixo
status
socioeconómico, a falta de suporte social, o
stress
profissional e familiar, a ansie-
dade e depressão, a hostilidade e a personalidade de tipo D
1,55-65
, com confirmada
tendência para agregação destes diversos fatores no mesmo indivíduo. A sua
presença está relacionada, frequentemente, com estilos de vida desaconselhados
como o sedentarismo, o tabagismo e a dieta pouco saudável. Constituem igual-
mente uma barreira importante para a adesão ao tratamento, farmacológico ou
não
55,56,66,67
.
São diversos os mecanismos psicobiológicos propostos para a interação
entre os fatores psicossociais e as doenças CV. A título de exemplo, o
stress
e a depressão estão envolvidos em alterações autonómicas, hemostáticas e
inflamatórias, bem como na função endotelial e na perfusão miocárdica
66,68
.
Estão também descritos efeitos adversos cardíacos condicionados por alguns
fármacos utilizados no tratamento destas situações (
e.g
. os anti-depressivos
tricíclicos)
69
.
Assim, é importante a avaliação e identificação destes fatores através de
entrevistas clínicas ou de questionários padronizados
1
. Em função dos fatores
identificados é, então, recomendada uma abordagem clínica individualizada que
vise a melhoria da qualidade de vida e do prognóstico CV. A
European Society of
Cardiology
sugere um questionário estruturado que permite uma avaliação pre-