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Ana Teresa Timóteo
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Também nos hipertensos está recomendada a prática de exercício, em parti-
cular aeróbio de intensidade moderada por períodos de, pelo menos, 30 minutos,
5 a 7 dias por semana
1,33,34
. Contudo, a prática de exercício só está plenamente
indicada depois de se ter conseguido controlo mantido da PA. O treino de resis-
tência dinâmico pode também ser benéfico. O exercício isométrico é desacon-
selhado. Nos hipertensos, o exercício está associada a benefícios imediatos (com
reduções tensionais imediatas após o exercício, que se podem estender até às 24
horas) e a mais longo prazo
36-39
.
Mais recentemente, as sociedades científicas americanas reiteraram que a
PA < 140/90 mm Hg é um objetivo racional na prevenção secundária de eventos
CV nos hipertensos com doença coronária
33
. No entanto, sublinharam que valo-
res de PA tendencialmente mais baixos (< 130/80 mm Hg) podem ser adequados
em alguns doentes (exceto nos idosos > 80 anos em que o objetivo deve ser
150/90 mm Hg). Nos doentes coronários, com evidência de isquemia miocárdica,
é alvitrada a redução lenta da PA diastólica, acautelando a sua diminuição a < 60
mm Hg em diabéticos e hipertensos > 60 anos
40
.
Acerca da terapêutica farmacológica, todas as classes principais de fármacos
anti-hipertensores estão igualmente indicadas: diuréticos, bloqueadores adre-
nérgicos beta, bloqueadores da entrada do cálcio e modificadores do eixo reni-
na-angiotensina: inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA) ou
antagonistas dos recetores da angiotensina (ARA)
29,30
. A monoterapia pode ser
considerada, mas, frequentemente, é necessário o recurso a combinações tera-
pêuticas (sendo criterioso nas associações distinguidas e anotando que a combina-
ção de um IECA com um ARA – ou a utilização conjunta com um inibidor direto
da renina - deve ser evitada)
41
. Algumas classes de fármacos podem ter indicações
preferenciais, como é o caso dos IECA e dos bloqueadores beta no contexto de
disfunção sistólica ventricular esquerda ou após enfarte agudo do miocárdico.
Na presença de sinais de congestão, os diuréticos podem ser particularmente
importantes. Também no doente com sintomas anginosos, os bloqueadores beta
ou os antagonistas do cálcio podem ser mais eficazes. Nos diabéticos, é frequente
o recurso a combinações farmacológicas, sendo particularmente importante o
uso de modificadores do eixo renina-angiotensina (em particular IECAs ou ARA).