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Fatores de risco modificáveis: tabagismo, sedentarismo, obesidade, síndrome metabólica,
dislipidémia, hipertensão arterial, diabetes e fatores psicossociais
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exercício físico e por modificações alimentares, com preferência por vegetais e
frutas e, em particular, com a redução do consumo de gorduras saturadas e
trans
que devem ser substituídas por gorduras poli-insaturadas e monoinsaturadas.
Hipertensão arterial
A hipertensão arterial (HTA) é o fator de risco CV mais prevalente em
doentes em prevenção secundária. No registo GRACE, 57,8% dos indivíduos com
síndrome coronária aguda tinham história de HTA
5
. No Registo Nacional de Sín-
dromes Coronárias Agudas, essa prevalência foi de 61,6%
6
. No EUROASPIRE IV,
a prevalência de HTA foi de 42,7%
7
.
Se nem sempre há concordância acerca dos alvos terapêuticos a alcançar no
controlo dos outros fatores de risco modificáveis, no caso da HTA os objetivos
são tendencialmente congruentes e comuns. Nas mais recentes opções ameri-
canas, a pressão arterial (PA) recomendada na população geral > 60 anos é de
150/90 mm Hg e de 140/90 mm Hg para indivíduos mais jovens (e também nos
diabéticos e nos doentes coronários)
33
. Na Europa, a PA sistólica deve ser < 140
mm Hg, com alguma diferenciação nos indivíduos mais idosos
34
. Assim, nos indi-
víduos < 80 anos em geral, recomenda-se uma PA sistólica de 140-150 mm Hg,
mas, nos idosos com bom estado geral (e sem evidência de fragilidade clínica) é
admissível valores sistólicos < 140 mm Hg. Nos idosos > 80 anos sugere-se uma
PA sistólica = 140-150 mm Hg. Na PA diastólica, a recomendação geral é < 90 mm
Hg (exceto nos diabéticos em que se sugere < 85 mm Hg). Dado o elevado risco
CV destes doentes, está recomendado o início imediato de terapêutica farmaco-
lógica, que deve ser articulada com a modificação dos estilos de vida, nomeada-
mente com a prática regular de exercício físico e medidas dietéticas gerais, com
particular ênfase na redução de consumo de sal (< 5 g/dia) e no recurso a ervas
aromáticas ou a algumas formas de sal disponíveis, com baixo teor de sódio
1,33,34
.
A diminuição mais radical do sal na alimentação é raramente exequível e não
desejável. Alguns estudos prospetivos sugerem uma relação em J entre a ingestão
de sal e os eventos CV, com um nadir de risco entre os 3-5 g/dia. O aumento
do risco CV associado com ingestão diária de sódio > 5 g é mais evidente nos
doentes com HTA
35
.