Treino de força muscular no doente cardíaco
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res que indicam o desequilíbrio energético como um mecanismo fisiopatológico
importante, nomeadamente, a diminuição do volume mitocondrial, das enzimas
mitocondriais (citocromo c oxidase e creatina quinase) e de atraso na ressíntese
de fosfatos de alta‑energia
20, 22
.
É do conhecimento atual que a «treinabilidade» do músculo esquelético se
mantém durante o envelhecimento
23, 24
. O treino de força promove ganhos con-
sideráveis de força no idoso
25
o que está associado a um aumento de indepen-
dência funcional nas tarefas do quotidiano como as que envolvem o equilíbrio
e a locomoção
26
. A adoção de um programa regular de força muscular melhora
a composição corporal, aumenta a área da secção transversal do quadricípide
femoral e a área da fibra muscular (tipo I e tipo II)
10
, benefícios estes que em con-
junto contrariam a perda de massa muscular e contribuem para a prevenção da
sarcopenia e caquexia cardíaca em pessoas com IC crónica
27
. A função muscular
também é reforçada, em resposta aos exercícios de força muscular incluindo a
função dos miofilamentos, bem como a capacidade oxidativa do músculo esque-
lético
9
. Isso também ajuda os doentes frágeis e idosos a manterem as atividades
da vida diária
28, 29
e pode até melhorar a vasodilatação periférica, em particular a
função endotelial, que é também um dos mecanismos subjacentes para aumentar
a tolerância ao exercício
30
.
Candidatos ao treino de força muscular
Apesar da ampla evidência que demonstra o treino de força muscular em ter-
mos de segurança e eficácia, a seleção dos doentes deve ser prudente e seguir o
encaminhamento adotado para a prática de exercício de uma pessoa com doença
cardíaca. No âmbito da RC, a autorização para um doente cardíaco praticar exer-
cício físico é efetuada numa base individual pelo seu cardiologista. No entanto,
existem parâmetros de estratificação de risco clínico para a prática de exercício
físico
1, 2
que são elementos orientadores para essa tomada de decisão. O tipo
de enquadramento humano e material deve ser decidido em consonância com o
nível de risco clínico para a prática de exercício. Os candidatos são estratificados
em doentes de baixo, moderado ou alto risco
1,2
para a prática de exercício físico.
De acordo com o seu nível de risco, assim se determina o número de sessões de