Prevenção e Reabilitação Cardiovascular - page 235

Beta-bloqueantes e outros fármacos redutores do cronotropismo cardíaco
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Atualmente, esta terapêutica constitui um aspeto essencial do tratamento
da insuficiência cardíaca, dada a demonstração, da redução na mortalidade e nas
admissões hospitalares. Também, ao nível da sintomatologia, da classe funcio-
nal da
New York Heart Association
(NYHA) e da tolerância ao exercício físico foi
demonstrada melhoria, nos ensaios clínicos, nos quais se comparou metoprolol
ou carvedilol com placebo
12,13
. Os resultados referidos são observados de igual
modo em doentes com cardiopatias isquémica e não isquémica.
Os beta‑bloqueantes quando utilizados em doentes com disfunção ventricu-
lar esquerda reduzem a probabilidade de desenvolvimento de fibrilhação auricular
de novo. Contudo, não há evidência de que a utilização destes fármacos reduza a
ocorrência de fibrilhação auricular, em doentes sem insuficiência cardíaca e sem
a associação a outros antiarrítmicos.
Em contexto de fibrilhação auricular possuem, no entanto, um papel impor-
tante, no controlo da frequência ventricular
14
.
Também na hipertensão arterial os beta‑bloqueantes poderão ser uma
escolha terapêutica, particularmente em certos contextos patológicos, como nos
doentes hipertensos que também possuem doença coronária e/ou insuficiência
cardíaca
15
.
Ivabradina
A ivabradina inibe os canais I
f
no nódulo sinusal, sendo a sua ação farmacológica
a redução da frequência cardíaca (cronotropismo) em doentes em ritmo sinusal.
A sua utilização foi estudada em doentes com insuficiência cardíaca no estudo
SHIFT
16
. Neste estudo foram incluídos doentes em ritmo sinusal com frequência
cardíaca > 70 bpm, em classe funcional II‑IV da NYHA e com fração de ejeção
do ventrículo esquerdo � 35%. Observou‑se uma redução relativa do risco de
internamentos por insuficiência cardíaca de 26%, não tendo sido significativa a
redução da mortalidade global e da mortalidade cardiovascular. Registou‑se a
ocorrência – estatisticamente significativa ‑ de bradicardia sinusal sintomática em
5% dos doentes, em comparação com 1% do grupo placebo.
Foi também avaliada, a eficácia da ivabradina, na doença coronária estável
17
, e
com base no estudo SIGNIFY, a Sociedade Europeia de Cardiologia e a
European
1...,225,226,227,228,229,230,231,232,233,234 236,237,238,239,240,241,242,243,244,245,...404
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