Pedro Silva Cunha
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Medicines Agency
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, recomendam que este medicamento seja iniciado apenas em
doentes com frequência cardíaca em repouso de 70 bpm e com vista à redução
da sintomatologia de angina (já que não foi demonstrada a redução do risco de
enfarte ou de morte cardiovascular). A ivabradina deve ser suspensa caso não se
verifique uma melhoria da sintomatologia nos três meses subsequentes e está
contraindicada a sua utilização em concomitância com verapamil ou diltiazem.
Bloqueadores dos canais de cálcio
Representam um grupo de estruturas químicas orgânicas que possuem a
aptidão de inibir a entrada de cálcio nas células, impedindo a capacidade do cálcio
de servir de mensageiro intracelular a nível do músculo liso das artérias coroná-
rias, dos vasos periféricos e do músculo cardíaco. Desta forma os bloqueadores
dos canais de cálcio são dilatadores do músculo liso e possuem efeitos cronotró-
picos e inotrópicos negativos
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.
A ação no relaxamento do músculo liso vascular (levando a redução da
resistência vascular sistémica) tornam‑nos úteis no tratamento da hipertensão
arterial, particularmente se associada a doença coronária com angina
20
.
Também nos doentes com hipertensão arterial e hipertrofia ventricular
esquerda a utilização destes fármacos poderá ser útil, uma vez que para os mes-
mos valores de redução da pressão arterial se demonstrou que os bloqueadores
dos canais de cálcio, os inibidores da enzima conversora da angiotensina e os ini-
bidores dos recetores da angiotensina, conduziam a maiores reduções da hiper-
trofia ventricular do que os beta‑bloqueantes
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.
No nódulo sinusal e no nódulo auriculoventricular a despolarização é depen-
dente essencialmente da corrente lenta de cálcio, pelo que os bloqueadores dos
canais de cálcio reduzem a frequência cardíaca e a condução auriculoventricular.
Esta característica inclui estes fármacos como antiarrítmicos de classe IV, de
acordo com a classificação de Vaughan‑Williams.
Fazem parte desta classe o verapamil e o diltiazem, que são bloqueadores
dos canais de cálcio não‑dihidropiridínicos, que podem ser utilizados no trata-
mento de arritmias supraventriculares de reentrada e no controlo da frequência
ventricular em doentes com fibrilhação auricular.
