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Os inibidores da enzima conversora da angiotensina (IECA), e os antagonistas dos
recetores da angiotensina (ARA) na insuficiência cardíaca e na doença coronária
1.2. Na insuficiência cardíaca com fração de ejeção preservada (ICFEP)
O único estudo com IECA, o estudo PEP‑CHF (
Perindopril for Elderly People
With Chronic Heart Failure
2
)
comparou perindopril a placebo. Foram incluídos 850
doentes, seguidos por dois anos. Não houve diferenças em relação à mortalidade
ou hospitalizações entre os dois grupos. No final do primeiro ano parecia estar
a evidenciar‑se benefício no braço com perindopril, mas este perdeu‑se no ano
subsequente; eventualmente o resultado poderá ter sido negativamente influen-
ciado pelo número de doentes do braço placebo que iniciaram IECA.
Em relação aos ARAs, foram realizados diversos estudos:
• O estudo CHARM
3
: no braço
CHARM‑ preserved
(
Effects of candesartan in
patients with chronic heart failure and preserved left‑ventricular ejection frac‑
tion: the CHARM‑Preserved Trial
), em doentes com FE>40%, e no qual se
aleatorizaram 3023 doentes para placebo ou candesartan, não mostrou
após quatro anos de tratamento haver redução do objetivo composto de
mortalidade e internamentos. Em relação aos internamentos por insufi-
ciência cardíaca foi conseguida uma redução significativa dos mesmos no
grupo de doentes medicados com candesartan.
• O estudo I‑PRESERVE
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(
Outcome of Heart Failure with Preserved Ejection
Fraction in a Population‑Based Study
) incluiu 4128 doentes, aleatorizados
para placebo ou Irbesartan, seguidos durante quatro anos. No final do
estudo, o objetivo primário, composto de mortalidade e internamento
cardiovascular, não foi atingido, bem como nenhum dos objetivos secun-
dários, morte ou internamento por insuficiência cardíaca, mortalidade
total, qualidade de vida.
• Face a estes resultados, não se considera haver qualquer benefício destes
grupos de fármacos no tratamento da ICFEP.
2.
Os IECAs e os ARAs na doença coronária
No contexto da doença coronária estável ou de alto risco cardiovascular os
IECA mostraram reduzir a mortalidade, o enfarte do miocárdio, o AVC e a insu-
ficiência cardíaca, sobretudo em doentes com doença vascular prévia, diabetes
mellitus
ou insuficiência cardíaca.
